O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi reeleito, nesta quarta-feira (1º de fevereiro) para comandar a Casa pelo próximo biênio. Com apoio de 49 senadores – oito a mais do que os 41 necessários -, o parlamentar derrotou o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN), que recebeu 32 votos.
Pacheco sempre foi favorito na disputa, mas desde a última semana, o governo e até o Judiciário entraram na campanha para reforçar sua recondução ao cargo. Tal qual o sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o Broadcast Político, informou nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escalou ministros do governo para negociar nos bastidores e prometeu liberar cargos de segundo e terceiro escalão que vem sendo pleiteados por parlamentares – há reclamações recorrentes de que o PT travou as indicações.
A reportagem também já mostrou que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes telefonou a senadores e pediu pela reeleição de Pacheco, apelando a um discurso sobre a “manutenção da democracia”.
Pacheco foi eleito ao comando do Senado pela primeira vez em 2019, pelas mãos de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Aliado, o senador foi colocado em uma posição de destaque na primeira gestão do mineiro, na presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Casa.
Agora, contudo, a intenção de Pacheco em manter a distribuição de forças no Senado tem incomodado os pares.
O senador também se desgastou com sua proximidade do Judiciário, que derrubou em dezembro o orçamento secreto, apesar de apelos pessoais de Pacheco a cada ministro do STF. Isso chegou a ser usado como “plataforma de campanha” de Marinho, que se pautou em um discurso de defesa dos parlamentares e dos interesses da Casa
Pela frente, agora, o advogado mineiro Rodrigo Pacheco tem o desafio de se equilibrar para presidir um Senado claramente dividido, com uma oposição forte – o que ficou demonstrado pelo tamanho da votação em Marinho -, em um ano que começou marcado por ataques aos Três Poderes.