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‘Gente que fez a Tribuna’: as saudades de Wallace Mattos

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Memórias da Redação

Wallace Mattos, trabalhou na Tribuna entre 2004 e 2015

As memórias dos meus quase 12 anos de Tribuna são muitas. Das coberturas especiais, como Copa do Mundo e Olimpíadas, às diárias, como os treinos de Tupi, Sport, Tupynambás, Universo Basquete, Vôlei UFJF etc. Trabalhar com esporte sempre foi minha paixão, e a Redação, ao lado dos campos e quadras, minha segunda – por vezes primeira – casa.

Quando lembro desse tempo, são as pessoas e os momentos com os colegas que mais me dão saudade. Sinto falta, até hoje, dos papos acompanhados de broa de milho na salinha do café, das lições e dicas dos colegas em meio às mordidas no pão com mortadela.

Parece ontem, mas já se vão longe os dias de jogos do Brasil em Copa do Mundo, quando cada um levava um quitute, e eu e a Marise parecíamos discutir durante toda a partida. Sinto falta. Também das longas horas até os jogos terminarem para fazermos o fechamento de plantões de quarta-feira ou sábado, quando estava acompanhado por Dudu e Lena, e éramos os últimos a deixar a Redação. Saudade mesmo!

Sempre procurei aprender com todos, por mais que muitas vezes parecesse imerso em meu mundo esportivo. Tive o privilégio de trabalhar com meus melhores amigos, Del e Ju, e fazer novos. Entre eles, dois que me marcaram e marcam até os dias atuais: o saudoso Antônio Olavo Cerezo e o parceiro Léo Costa. Professores da imagem, cujas conversas para alinhar texto e foto me deram lições valiosas.

Foi por conta desses ensinamentos que, em uma improvável aparição, pude estampar não com uma manchete, mas uma foto, a capa da Tribuna. Foi, sem dúvida, a matéria mais inusitada que já fiz na vida. Morador do Centro, acordei uma certa madrugada, quase de manhã, com sons de sirene parando próximas à minha residência na época, em 2010. Olhando da janela, vi uma loja de materiais elétricos sendo consumida pelo fogo. O instinto jornalístico falou mais alto, peguei uma câmera digital e desci.

Lembrando-me dos ensinamentos dos craques da imagem, não tive dúvida: deitei-me no asfalto frio para enquadrar o Morro do Cristo em meio à densa fumaça do incêndio. Assim nasceu minha foto de capa, em meio a outros registros do fato.

Dividi a apuração – na verdade, me intrometi a colher as primeiras impressões e escrever um texto sobre o que apurei – com a brilhante Sandra Zanella. E acabei parando na capa do jornal com matéria e fotografia. Guardo a história dessa matéria no coração, e ela representa muito do que vivi na Tribuna: a generosidade dos colegas expressa através do meu trabalho.

Foi por conta desse ambiente e das pessoas que me fizeram crescer profissional e pessoalmente que sempre considerarei a Tribuna minha casa. E nessa comemoração dos 40 anos do jornal, a única palavra que posso dizer é: obrigado!

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