Uma jabuticabeira dentro de um bar. Em um espaço claro e amplo que é quase um jardim mesmo. Não à toa recebe o nome que tem: Jardins. Thalita Delgado e Diego Cardoso já são empresários, mas de outro ramo. No fundo, como gostam dos encontros e as propostas dos bares, sempre quiseram entrar nessa área. Eles estavam em busca de um lugar que traduzisse leveza, que fosse mais democrático e propício aos encontros. Thalita assume: “A gente tem vários amigos que fizemos em uma mesa de bar”. A ideia era facilitar isso. “Criar novas amizades e comer comidas simples e gostosas”, resume.
Desde janeiro, eles, de segunda a sábado, abrem as portas do Jardins, que fica na Rua São Mateus, um dos locais da boemia juiz-forana. Como bons frequentadores de bares, a ideia era reunir um pouco de cada coisa que experimentaram e que gostam, além, é claro, da cerveja e dos drinks. Diego é carioca. Cresceu acostumado a comer os frutos do mar e suas variações de servir. Desde que se mudou para Juiz de Fora, há 10 anos, sentia falta de um lugar para matar seus desejos que são, sobretudo, afetivos. “Queria sentir o gosto da praia”, brinca.
Quando decidiram criar o Jardins, o primeiro a se pensar foi a comida. A única certeza era de que teria um medalhão de linguado. Como os dois só estavam acostumados a cozinhar em casa, foram em busca de consultoria para traduzir o que queriam. A ideia era mesmo um cardápio leve, ainda como um jardim, e que tivesse frutos do mar, mas diversificados, para além dos empanados que rondam os outros estabelecimentos.
Outros itens foram surgindo aos poucos. A casquinha de siri, por exemplo, não poderia faltar. Diego tinha, inclusive, a memória de um tempero específico no prato que ele queria recriar. Eles decidiram mudar: envolvem a mistura com o siri em uma trouxinha feita com folha de alface. Fica mais fresco, com a cara do verão.
A dupla decidiu ensinar esse prato porque, de acordo com Thalita, dá para usar a criatividade: em vez de alface, dá para usar couve, ou mesmo tacos, colocar em tigelas com lascas de parmesão. Enfim: o que der na telha. Além disso, é uma opção para quem não come carne vermelha na quaresma e quer sair do óbvio. É uma versão de boteco que cabe no almoço e no dia a dia. E, como lembrou a proprietária, é também uma forma diferente de incluir o “verde” no cardápio das crianças.
Aos adultos, a sugestão é combinar com o drink Ramazzotti, que está na carta do Jardins. Ele é feito com ramazzotti, água com gás, espumante brut e folhas secas de manjericão. Pode ser feito facilmente em casa também.
Trouxinha de Siri
Por Thalita Delgado e Diego Cardoso
Ingredientes
100g de cebola
10g de alho
250g de carne de siri
5ml de vinho branco
1 caixa de creme de leite
Folhas de alface americano
Salsinha, coentro, sal e pimenta do reino a gosto
Modo de preparo
Doure a cebola e o alho com o azeite. Depois de dourado, entre com a carne de siri, a salsinha, o coentro, a pimenta do reino e sal a gosto. Depois da carne dourada, acrescente o vinho branco, deixe reduzir, e, em seguida, coloque o creme de leite a gosto para dar cremosidade. Após preparar a carne de siri, coloque dentro de uma folha de alface americano e regue com azeite.