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Grama é novo vetor de crescimento de Juiz de Fora

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Para melhorar acesso ao bairro, comunidade defende melhorias no trânsito na Avenida Juiz de Fora, que sofre grandes retenções no horário de pico. (Foto: Marcelo Ribeiro)

A vasta oferta de terrenos no Bairro Grama, situado na região Nordeste de Juiz de Fora, tem sido um atrativo para a construção de empreendimentos residenciais e comerciais, o que aponta um novo vetor de crescimento da cidade. A expectativa é que este processo de ocupação contribua para o desenvolvimento econômico e a valorização do local.

Com uma população estimada em mais de dez mil habitantes, conforme informações do setor imobiliário juiz-forano, o Bairro Grama também é porta de entrada para quem passa pela MG-353. A movimentação deste público consumidor tem despertado o interesse de empresas. Um dos exemplos mais recentes foi o investimento de R$ 15 milhões do Grupo Bahamas para a inauguração da segunda loja da rede no bairro, em outubro deste ano, na Avenida Juiz de Fora.

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Além de supermercados, o comércio local possui padarias, açougues, farmácias, restaurantes, lojas de material de construção, produtos agropecuários, peças automotivas e outros tipos de estabelecimento. A oferta de serviços também é variada com a presença de instituições de ensino, salões de beleza, academias de ginástica, loteria, dentre outros.

A rede comercial estruturada e com tendência de crescimento é um dos principais aspectos positivos do bairro, que conta com a assistência de um posto policial, uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (Uaps) e do Hospital Regional João Penido. Com índices de criminalidade menor do que outros bairros da cidade, Grama ainda é considerado um lugar tranquilo para se viver.

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Oferta de imóveis cresce em ritmo acelerado

Bairro mantém características de cidade pequena, com pracinha em área central. (Foto: Marcelo Ribeiro)

A maior parte dos imóveis ofertados em Grama está disponível para a venda. As opções são diversificadas, desde terrenos até apartamentos e casas, prontos ou na planta. O valor médio do metro quadrado para uma residência edificada é de R$ 2.700, preço 34% mais barato do que a média praticada na cidade, de R$ 4.129, conforme o portal Agente Imobiliário.

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“O Grama é um bairro mais popular, que possui uma boa oferta de imóveis com preços menores se comparado a outros lugares. É uma região que está crescendo. Temos por ali o Bairro Nova Gramado, que tem imóveis mais caros, e o Recanto dos Lagos, que iniciou a ocupação com granjas e, agora, também é residencial”, observa o presidente da Ajadi, Antônio Dias.

De acordo com o corretor de imóveis da Emerick Realty Negócios Imobiliários, Gleissom Emerick, a oferta para venda tem crescido em ritmo acelerado. “Tanto de terrenos quanto para apartamentos em construção.” O valor médio do metro quadrado do terreno varia entre R$ 180 e R$ 200.
Para locação, há predominância de casas e salas comerciais. “Em breve, com a chegada de novas construções verticalizadas veremos maior disponibilidade de apartamentos.” Gleissom afirma que a demanda pelo bairro também tem crescido. “O preço médio dos imóveis é um grande atrativo para quem quer morar ou abrir um negócio.”

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Compactos
Espalhados pelas ruas do bairro, os empreendimentos residenciais em construção reservam características em comum. “São imóveis compactos, tanto casa quanto apartamento, seguindo esta nova tendência do mercado, e possuem dois quartos, sala, banheiro, cozinha e vaga de garagem”, explica o corretor e advogado da Bom Clima Imóveis, Leandro Girardi.

Segundo ele, os empreendimentos seguem o padrão de preço mais barato verificado no bairro. “Há, inclusive, imóveis que se enquadram no programa de financiamento Minha Casa, Minha Vida.”

Consumidores de fora

Paróquia Nossa Senhora das Dores, localizada em Grama. (Foto: Marcelo Ribeiro)

O Grama é a porta de entrada de Juiz de Fora para os turistas que chegam pela MG-353. Por conta disso, o comércio se beneficia de uma demanda flutuante de consumidores que estão de passagem. “A construção do Bahamas Mix na Avenida Juiz de Fora foi para atender os moradores do bairro e entorno, que cresceu muito, e das cidades vizinhas. Por isso, optamos pela bandeira do atacarejo. Assim, muitos comerciantes de fora podem abastecer na loja “, explica o gerente de marketing do Bahamas, Nelson Junior.

Moradora de Rio Novo, município distante cerca de 60 quilômetros de Juiz de Fora, Helena Santos conta que visita o comércio do Bairro Grama com frequência. “No mínimo, duas vezes por mês, vou buscar itens que não encontro na minha cidade”, diz. “Isto é muito comum entre os moradores dos municípios menores, e ter este comércio na entrada de Juiz de Fora significa encurtar distância para nós.”

Para o corretor e advogado da Bom Clima Imóveis, Leandro Girardi, o processo de expansão que a região de Grama vive deve impactar de forma positiva o comércio futuramente. “A tendência é que novos empreendimentos cheguem, trazendo maior concorrência e, desta forma, ocorra uma melhoria das ofertas e serviços prestados.”

“O Grama é um ponto de convergência de outros bairros, por isso, é foco de investimento para a implantação de comércio. Muitos ainda o acham distante, mas basta observar o deslocamento nas grandes cidades e verificar que a distância do Grama até o Centro não é tão grande”, avalia o corretor de imóveis da Emerick Realty Negócios Imobiliários, Gleissom Emerick.

 

Acesso viário é desafio

Rotatória que fica na região central do bairro e é caminho para motoristas que vão pegar a MG-353. (Foto: Marcelo Ribeiro)

Distante cerca de dez quilômetros do Centro, o acesso ao bairro é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos moradores no dia a dia. Em horários de pico, a principal via, a Avenida Juiz de Fora, sofre grandes retenções. “O Grama tem muito espaço para crescer, mas carece de investimentos em infraestrutura para que isto ocorra de forma ordenada. Na avenida principal, trafegam muitos caminhões, o que dificulta ainda mais o trânsito. Acredito que com a ligação da BR-040 à MG-353, este fluxo diminua”, avalia o presidente da Associação Juiz-forana de Administradores de Imóveis (Ajadi), Antônio Dias.

O professor Júlio Ferreira conta que morou durante muitos anos no Bairro Grama, mas precisou se mudar por conta da distância. “Estudava e fazia atividades extracurriculares no Centro, e era uma rotina muito desgastante, pois dependia de ônibus, e a oferta não era boa”, relembra. “Mas o bairro sempre foi muito tranquilo e gostoso de morar. Sinto falta disso, pois hoje vivo na região central da cidade, que é muito movimentada.”

Ainda com poucas opções de lazer, a praça é o principal atrativo dos moradores dentro do bairro. A ampliação de oportunidades de entretenimento que não exijam deslocamento é outra demanda a ser sanada. Moradora há 16 anos, Sueli Oliveira, diz que a tranquilidade ainda é uma característica. “Há uma familiaridade entre os vizinhos parecida com a que vemos em cidades pequenas. A nossa região cresceu muito e, com isso, os crimes também.Mas acredito que por termos um posto policial, a situação seja melhor do que em outros bairros que não possuem.”

Para ela, uma das principais dificuldades enfrentadas pelos moradores é a questão da mobilidade. “A oferta de ônibus poderia ser maior. Além disso, nos horários de pico, o trajeto até o Centro fica muito demorado”, relata. “A infraestrutura da Avenida Juiz de Fora está deixando a desejar por causa do intenso fluxo de veículos, o que provoca buracos na pista.”

Outra moradora, que preferiu não se identificar, afirma que outras ruas também estão esburacadas, e que por conta do tráfego na via principal, por vezes, os pedestres demoram quase meia hora para atravessar a rua. “É preciso programar o crescimento da região para que estes problemas não piorem.”

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