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Juiz de Fora tem quatro mil imóveis em análise na Caixa

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A Caixa Econômica Federal analisa propostas de construção de quatro mil imóveis que integram o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), em Juiz de Fora, este ano. De acordo com a assessoria do banco, os projetos são direcionados para as faixas 1,5 e 2, que abrangem famílias com renda mensal de até R$ 2.600 e R$ 4 mil, respectivamente. A possibilidade de concretização destes empreendimentos aumenta as expectativas do setor imobiliário local sobre as chances de crescimento em meio ao momento econômico ainda instável.

De acordo com a Associação Juiz-forana de Administradores de Imóveis (Ajadi), as unidades que integram o programa estão entre as mais procuradas, em especial, pelo público que busca adquirir o primeiro imóvel. O vice-presidente Diogo Souza Gomes relata que consumidores chegaram a formar fila para a compra de apartamentos de um empreendimento, localizado no Centro, que foi lançado no ano passado. “Cerca de 80% das unidades foram vendidas nas primeiras horas.”

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O Minha Casa, Minha Vida começou em 2009 na cidade e, desde então, foram construídas 15.877 unidades habitacionais, sendo quase três mil concretizadas no ano passado. O Sindicato da Construção Civil (Sinduscon-JF) creditou aos lançamentos do programa a chance de manter o setor ativo no último ano. “Não tivemos um dos melhores períodos, mas conseguimos uma ligeira recuperação em relação a 2016”, afirma o presidente Aurélio Marangon Sobrinho.

Programa favorece mercado

Entre 2008 e 2017, o Brasil registrou o lançamento de 6,3 milhões de unidades habitacionais, sendo 78% financiados pelo programa. Os dados são da pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

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Na avaliação do presidente da associação, Luiz Antônio França, as construtoras que trabalham com lançamentos do Minha Casa, Minha Vida sofreram menor impacto da crise econômica pelo fato da demanda por este tipo de moradia ser maior. Já as empresas que atuam com alto padrão enfrentaram redução da procura e, também, maior quantidade de rescisões de contratos.

Programa segue como principal aposta

Para 2018, o programa é a principal aposta do setor imobiliário nacional, que vê nas condições facilitadas uma chance de atrair o consumidor de classe média, mantendo as atividades aquecidas. A expectativa é de que se possa sanar o déficit na entrega de moradias para o público da faixa 1, aqueles com renda de até R$ 1.800 mensais. Em 2017, o Governo federal não atingiu a meta de entregar 170 mil imóveis para esse segmento, cumprindo apenas cerca de 10% deste total, conforme números do Ministério das Cidades.

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“Continuamos com um alto índice de déficit de unidades habitacionais de baixa renda. Então, o programa deverá ser o destaque em 2018, apesar de termos outros segmentos residenciais, voltados para a classe média e classe média alta, que estavam engavetados e começaram a sair das prateleiras”, afirma o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-MG), Newton Marques Barbosa Júnior.

Saiba quais são as regras para 2018


Algumas regras do programa Minha Casa, Minha Vida foram atualizadas em 2018. O programa continua dividido em quatro faixas de enquadramento, conforme a condição financeira da família, mas teve alguns números modificados.

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A faixa 1 contempla aqueles que têm renda mensal até R$ 1.800. Neste caso, é preciso se cadastrar na Prefeitura para participar. A Caixa Econômica Federal é responsável por informar as datas de sorteio das unidades e assinatura do contrato. O financiamento dura até 120 meses, com prestações que variam entre R$ 80 e R$ 270, conforme a renda bruta familiar.

As outras faixas podem solicitar a contratação diretamente com o banco, que irá analisar a documentação. Após a validação, o consumidor recebe o modelo com as condições para o financiamento. Os interessados podem fazer uma simulação pelo próprio site www.caixa.gov.br.

Para participar na faixa 1,5, a família deve ter renda mensal de até R$ 2.600. Este enquadramento permite a aquisição de um imóvel novo para pagamento em até 30 anos. O valor subsidiado é de até R$ 47.500, sendo cobrada a taxa de 5% ao ano.

Quem se enquadra nas faixas 2 (renda de até R$ 4 mil) ou 3 (renda até R$ 7 mil) pode optar pela compra de um imóvel novo, na planta, terreno ou construção da casa própria em lote próprio. Em ambos os casos, o prazo para pagamento é de 30 anos e as taxas de juros são menores do que as praticadas no mercado.

Cenário econômico cria otimismo

Além das projeções sobre o programa Minha Casa, Minha Vida, o mercado imobiliário se mostra otimista com a possibilidade de melhoria do cenário econômico este ano. “Inflação controlada, financiamentos sendo reativados e uma interessante perspectiva do mercado que amadureceu à margem de crise política são fatores que nos trazem uma expectativa positiva”, enumera o presidente do Creci-MG, Newton Marques Barbosa Júnior.

“Dois mil e dezessete foi um ano de ajustes econômicos e desajustes políticos, mas acredito que iremos desenvolver com bastante segurança um mercado melhor para este ano.” O vice-presidente da Ajadi, Diogo Souza Gomes, concorda. “A baixa da inflação, a diminuição da taxa Selic e o ano eleitoral são fatores positivos, pois a tendência é que tenhamos mais dinheiro circulando no mercado”, analisa.

“Outro fator importante é o crédito imobiliário. Além de a Caixa Econômica ter anunciado, recentemente, a reabertura da linha Pró-Cotista, com juros mais baixos, os bancos privados começam a investir e ter taxas muito competitivas, dando mais opções para os clientes comprarem seus imóveis financiados.”

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