Nesta época do ano, as pessoas parecem ser tocadas por sentimentos nobres, como a solidariedade e a esperança. A iluminação típica representa Jesus Cristo, que, para os cristãos, ajuda a nortear os caminhos do bem.
E se você acha que o Papai Noel mora no Polo Norte, sinto informar que, há 16 anos, ele se mudou para a Rua Antônio Passarela, no São Mateus. Pelo menos 80 exemplares do Bom Velhinho ficam expostos, todos os anos, em uma casa rosa de dois andares, quase esquina com a Avenida Itamar Franco. Quando outubro começa, o advogado Márcio Antonio Camargo Wogel, dono da casa e da ideia, começa a planejar a decoração e não vê empecilhos para trazer novos modelos de Papai Noel para a casa.
“Amo o espírito natalino e todas as coisas maravilhosas que ele nos proporciona. Gosto de toda essa expectativa para a chegada do menino Jesus. Além de ajeitar a casa, preparo o coração para que Jesus possa renascer em mim todos os anos”, comenta. Márcio conta que a escolha por colecionar tantas versões de Papai Noel se deu pelo significado que ele representa para as pessoas. “Ele alimenta os sonhos das crianças. Elas adoram e param em frente da casa todos os anos para vê-los”, destaca.
Tem Papai Noel escalando janelas, subindo escadas, dirigindo carro, moto, trenó, trem e até um helicóptero. O Bom Velhinho também aparece tocando diversos instrumentos, como sax, bateria e teclado. Achou pouco? Muitos bichinhos como usinhos e ratinhos também aparecem com as vestimentas natalinas, entre luzes e presentes.
Tradição no Bairu
Para as irmãs Fátima e Lena de Oliveira, moradoras do Bairu, o significado das luzes e dos enfeites que adornam a casa delas há 15 anos é ainda mais profundo: atender o pedido feito por uma outra irmã, que era levar a magia do Natal para outras pessoas.
“Enfeitar a casa para o Natal sempre foi um hábito nosso, mas, em 2001, Graça, nossa irmã, ficou doente e nos pediu para enfeitar o lado de fora do sobrado, dizendo que todas as pessoas tinham direito de apreciar a decoração. Infelizmente ela não viveu a tempo para ver a primeira iluminação. Então, decidimos manter a tradição em sua memória”, relembra Fátima, residente da casa mais iluminada da cidade, na Rua Comendador Pereira da Silva.
Desde então, moradores de toda a cidade aguardam ansiosos pela decoração das irmãs, que, a cada ano, apresentam uma temática diferente. O planejamento, segundo Fátima, começa em julho, com a elaboração dos desenhos e a encomenda dos materiais. A execução do projeto tem início em outubro.
Em 2016, os presentes tomam conta da decoração, que reúne cerca de 60 mil micro lâmpadas, resultado de 12 rolos de cem metros de mangueiras luminosas, além de aramado e cola quente para vedar a entrada de água. Fátima reforça que ao se tratar de eletricidade, a qualidade do material e a segurança devem ser prioridades. “Deve-se evitar gambiarras e não sobrecarregar as tomadas. Busque sempre um eletricista para orientar o projeto”, sugere.
Até o Natal, a decoração natalina do sobrado fica acesa todos os dias. “Não podemos deixar o espírito natalino morrer, pois hoje as pessoas estão muito centradas no virtual, deixando as tradições de lado. Fazemos isso, também, pelas pessoas que não têm condições de enfeitar a sua própria casa”, ressalta Fátima.