Mudar de casa ou apartamento é um processo que, se mal planejado, pode dar mais dor de cabeça do que satisfação. Tudo começa com a escolha do novo imóvel, seja ele alugado ou próprio. Depois vem a curadoria das peças, elencando o que vai para a casa nova e o que ficará pelo caminho. Achou pouco? Falta embalar tudo isso, botar nas caixas, levar para o caminhão, descarregar no novo endereço e pôr tudo no lugar.
Se você está neste momento da vida, calma que tem jeito de torná-lo mais prático. Segundo a personal organizer Gabriela Junqueira, a primeira coisa a fazer é estabelecer uma data e, então, um cronograma para que tudo possa ocorrer dentro deste prazo. “Deve-se pensar em tudo que deve ser feito, desde o encaixotamento dos objetos, os afazeres na casa nova, até a entrega final da antiga casa.”
Além disso, ela destaca que a pessoa precisa reservar um tempo para separar as coisas, fazer uma triagem daquilo que usa e que não usa mais. “O desapego deve acontecer, de preferência, antes das embalagens. As peças separadas, sejam para doação ou venda, precisam estar em bom estado. No caso de roupas e acessórios, a pessoa pode separar as peças que não usa há mais de seis meses, por exemplo.”
Há quatro anos, a empresária Adriana Zampa Malvacini iniciou o processo de mudança do apartamento onde morava para uma casa, mas só foi finalizá-lo há alguns meses. Neste meio tempo, acabou se mudando novamente dessa residência, por não ter se adaptado muito bem a ela, para uma outra casa. Por conta desse período, muita coisa ficou encaixotada, o que tornou o processo exaustivo, apesar de ter contratado uma empresa para realizar o transporte e pessoas para montar e desmontar os móveis. Adriana, que buscou personal organizer, elogia o trabalho deste profissional, desde então, os ambientes que já foram organizados têm sido mantidos pela família. “Foi um investimento que valeu à pena fazer. Hoje eu indico para todo mundo”, ressalta.
Para começar o processo de mudança, a personal organizer orienta separar os itens por cômodos e, dentro de cada um, deve-se colocar nas caixas ou malas as peças prioritárias, para serem desembaladas primeiro quando chegarem na casa nova.
Outra dica é preencher todos os espaços vazios das caixas com papel manilha, plástico bolha ou jornal, independente de quais objetos estejam dentro delas. “O importante é que nada se desloque dentro da caixa. Para embalar itens que quebram, pode-se usar qualquer um desses papeis. E, do lado de fora da caixa, é preciso colocar uma seta grande e visível, indicando qual o lado de cima, para que a caixa não seja virada durante o transporte”, recomenda.
Por onde terminar
Depois que as caixas e demais objetos chegam ao endereço novo, é hora de começar a arrumação. Priorize espaços íntimos, como os quartos e os banheiros. “Dentro de cada um desses cômodos, desembale primeiro as caixas que foram marcadas como prioridade”, pontua Gabriela. Na sequência, vá para as áreas sociais da casa.
Quem faz o leva e traz
Muitas etapas da mudança o próprio morador, com a família e amigos, pode dar conta de realizar sem a necessidade de contratar uma empresa especializada. Mas, caso falte tempo e colaboradores, muitas transportadoras oferecem o serviço completo, no qual o cliente não precisa fazer nada. Nestes casos, é preciso buscar boas recomendações e, antes de fechar o serviço, verifique as condições que a empresa oferece e o que diz o contrato, para evitar danos em peças e móveis durante o transporte.
Ao chegar na casa de um cliente, a primeira coisa que o empresário Paulo Urbano de Azevedo Filho, proprietário da Trans’arte Mudanças e Transportes, em Juiz de Fora, faz é relacionar todos os itens que serão transportados durante a mudança, o chamado inventário de bens. “Anotamos tudo com detalhes, inclusive avarias já presentes, como riscos e arranhões, um cuidado para evitar problemas futuros”, destaca.
Embora a empresa ofereça diversas modalidades dentro do seguimento, o mais procurado é a prestação do serviço completo, da embalagem de todos os itens, com o material indicado, transporte, até a retirada dos mesmos, além da montagem e desmontagem dos móveis. Mesmo realizando mudanças diariamente, uma média de seis por semana, os dias de maior procura são aos finais de semana. “As pessoas preferem por uma série de fatores, principalmente pela folga das crianças do colégio e também da esposa ou marido do trabalho”.
A reserva do serviço deve ser feita com antecedência. “Aconselho procurar o serviço com 15 dias de antecedência, pois fica mais fácil de ter a data desejada. Infelizmente, muita gente deixa para a última hora e acaba não conseguindo”, destaca um dos proprietários da Tainá Mudanças, Talles Lima Rocha.
Ele destaca que, além da reserva da data, o cliente deve se ater a outros fatores, como horários e vias em que pode haver restrições, principalmente quando a mudança é na área central, se há necessidade de guardar vagas, entre outros detalhes. Importante também avaliar serviços adicionais, como içamento de móveis pelas janelas e sacadas (quando se mora em prédios e os móveis não passam pelos corredores e escadas) e uso de capas protetoras destinadas à cobertura de geladeira, fogão, máquina de lavar e sofá, itens que demandam maior preservação.
Custo
As empresas costumam cobrar pelo serviço um valor por hora, sendo que a prestação mínima seja referente a cinco horas. Claro que o tempo para a mudança dependerá do volume de móveis e distância, podendo ocorrer com o dobro deste tempo. Além disso, o custo da hora varia de acordo com o dia de semana. Na Trans’arte, por exemplo, de segunda a sábado, o valor por hora é R$ 120, já aos domingos, R$ 150. Na Tainá Mudanças, de segunda a sexta, a hora custa R$ 110, aos sábados e domingos, R$ 130.
Outros valores que podem ser acrescidos ao custo do serviço são os materiais para embalagem (plástico bolha e papel ondulado), montagem e desmontagem de móveis e mão de obra extra para transportar objetos. O fornecimento das caixas pode ocorrer por meio de aluguel ou calção (após a mudança, caso não haja danos às caixas, a empresa devolve o dinheiro referente a elas).
Botando a mão na massa
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Escolhendo caixas
– Caixas maiores são indicadas para itens mais leves, como roupas de cama e banho, panelas, potes e roupas leves
– Caixas tamanho médio são boas para colocar louças, enfeites, higiene pessoal, eletrônicos e despensa
– Caixas menores são destinadas a itens mais pesados ou frágeis, como livros, álbuns de fotografia, louças, perfumes e maquiagens
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Embalagem
– Objetos que podem quebrar devem ser embalados com bastante plástico bolha ou jornais, um por um, dentro de caixas, e organizados de forma que fiquem firmes para não balançarem e ter atrito entre eles. Na caixa deve-se escrever “FRÁGIL”
– Objetos grandes, como armários, mesas, geladeira, fogão e máquina de lavar podem ser protegidos com cobertas e lençóis durante o transporte
– Tanto as caixas quanto as malas devem ser identificadas, especificando o que tem dentro de casa uma delas e para onde devem ir na casa nova
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Posição
Cada item tem uma regra de posição dentro das caixas, veja
Vertical
Pratos, panelas, alimentos abertos, bebidas, produtos de limpeza
Horizontal
Copos, taças e tigelas; outros na posição horizontal, como sacos de alimentos fechados, guloseimas, papel filme e alumínio e material de escritório; ou então em sacos zip para itens pequenos e alimentos abertos
Fonte: Gabriela Junqueira, personal organizer
Cuidados ao contratar uma transportadora
– Pesquise preços procurando contratar transportadoras indicadas por conhecidos. Consulte, também, o cadastro de empresas reclamadas no Procon/JF
– Sempre solicite orçamento discriminando os serviços a serem executados e valores cobrados;
– No caso de objetos de arte, como quadros e esculturas, faça um seguro discriminando a peça, o valor e a procedência
– Verifique se há necessidade de desmontar os móveis, qual a forma de transporte e o tipo de embalagem que será utilizada para protegê-los e se estes serviços estão incluídos no orçamento inicial
– Confirme se a montagem dos móveis no novo endereço está incluída no orçamento e em que prazo a empresa fará o serviço. Peça tudo por escrito
– Exija um contrato por escrito discriminando: nome, endereço e CNPJ (se for pessoa física, RG e CPF) da empresa, dados pessoais do contratante, local, data e horário de retirada e de entrega, valor do serviço, condições de pagamento e tudo o que for acertado verbalmente. Não deixe de ler com atenção este documento e de riscar os espaços em branco
– Relacione todos os objetos que serão transportados. Guarde cópia da lista assinada por ambas as partes
– Procure vincular o pagamento ao término do serviço. Se não for possível, veja a possibilidade de disponibilizar apenas um sinal na contratação, quitando o restante após a mudança
– Em caso de edifícios, é aconselhável medir, com antecedência, os móveis, as escadas e os elevadores. Estabeleça junto à empresa como ficará se surgirem dificuldades não previstas como, por exemplo, içar móveis, fixar armários de parede, problemas climáticos como chuva etc
– Nas mudanças que envolverem edifícios, verifique os horários e os procedimentos internos
– Certifique-se de que o dia marcado para a mudança não coincida com feiras livres nas ruas, passeatas etc
– Se não puder estar presente na chegada da mudança, peça a uma pessoa de sua confiança que faça a conferência e relacione por escrito eventuais danos ou extravios de objetos
– Guarde cópia de toda a documentação, exija recibos dos pagamentos efetuados e solicite, por escrito, a previsão de entrega da mudança nos casos de transportes intermunicipais e interestaduais
– Para mais segurança, transporte consigo os objetos pessoais tais como joias, dinheiro, cheque e documentos
Fonte: Procon/JF