‘O abismo prateado’

“Quando você me deixou, meu bem, me disse pra ser feliz e passar bem.” De maneira poética e potente, a música “Olhos nos olhos”, de Chico Buarque, enumera imagens emocionantes de um desenlace. Ainda que a dor inicialmente tenha sido dilacerante, ele mostra a pessoa abandonada perseverando e obedecendo ao adeus. Inspirado na composição, o filme de Karim Ainouz (do recente “Praia do futuro”) conta a história de Violeta, uma dentista de 40 anos, casada e com um filho. Um dia, durante sua rotina diária, ela recebe uma mensagem de seu marido dizendo que ele está indo embora para Porto Alegre. Desesperada, ela começa uma viagem em sua busca e acaba descobrindo a si mesma. Nesse percurso de reconstrução, Violeta chega ao questionamento feito pelas palavras de Chico: “Quero ver como suporta me ver tão feliz”. HBO2, 18h05

“O abismo prateado”, Brasil, 2012. Direção Karim Ainouz. Com Alessandra Negrini, João Vitor da Silva e Otto Jr. Drama, cor, 83 min.

UM TIME SHOW DE BOLA

Amadeo vive em uma pequena cidade argentina, onde trabalha em um bar. Ele é um dos melhores jogadores de totó da região e está apaixonado por Laura. Sua rotina desmorona quando Grosso, um jovem que se transformou no melhor jogador de futebol do mundo, volta disposto a se vingar da única derrota que sofreu em sua vida. Porém, Amadeo descobre algo mágico: os jogadores de seu querido jogo falam. Juntos, eles embarcam em uma viagem repleta de aventuras para salvar Laura e sua cidade. Telecine Premium, 22h

“Metegol”, Argentina/Espanha/Estados Unidos/Índia, 2013. Direção Juan José Campanella. Animação, cor, 125 min.

ILHA DO MEDO

Na Boston dos anos 1950, os detetives Teddy e Chuck investigam o desaparecimento de uma assassina que fugiu de um hospital psiquiátrico. No local, ele descobre que os médicos realizam experiências radicais com os pacientes. Um furacão devasta a cidade e deixa os prisioneiros à solta, provocando sérios riscos. A obra é baseada no romance “Paciente 67”, de Dennis Lehane. Globo, 2h25

“Shutter island”, EUA, 2010. Direção Martin Scorsese. Com Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo e Ben Kingsley. Drama, cor, 137 min.

MUNDO INVISÍVEL

Um garçom leva uma bandeja de café da manhã pelos corredores de um hotel de luxo. No abrir de portas para servir os hóspedes, por vezes ele vê mais do que deveria. A trama de “Aventuras de um homem invisível”, dirigida por Maria de Medeiros, é uma das que compõem a antologia de narrativas sobre a invisibilidade das pessoas no mundo moderno. Max, 17h25

“Mundo invisível”, Brasil, 2012. Direção Laís Bodanzky, Beto Brant, Maria de Medeiros e outros. Com Jerzy Stuhr, Denise Fraga e Sonia Braga. Drama, cor, 96 min.

Dolorosas memórias musicais

No documentário “As canções”, o cineasta Eduardo Coutinho entrevista homens e mulheres, que comentam e cantam as músicas que marcaram suas vidas. Agora, o titã Sérgio Britto fecha um pouco esse recorte e entrevista artistas e militantes sobre as canções que fazem parte das lembranças do exílio. No programa “Exílio e canções”, que estreia nesta quarta, ele reflete sobre arte, música, literatura, vivências pessoais e diferenças culturais. No primeiro dos episódios, Britto viaja para encontrar seu pai, o exilado político Almino Afonso, no Chile. O homem que apareceu em 1964 numa lista que suspendia seus direitos políticos, narra o encontro com Geraldo Vandré, no Chile, e é homenageado pelo filho, que canta “Pra não dizer que não falei das flores”, canção que marcou a resistência à ditadura militar. A atração também bate-papo com o bailarino Ciro Barcelos, a cineasta Marta Nehring, as escritoras Ana Maria Machado e Rosiska Darcy de Oliveira, além do diretor teatral José Celso Martinez. TV Brasil, 23h

INDESTRUTÍVEIS

No episódio de hoje, câmeras de segurança filmam o que acontece nas ruas dos subúrbios. Numa das cenas, um carro dirige na direção da família, não dando tempo de a família Leitch reagir. No momento, um casal passeia com o filho Hayden, que acabou de completar 4 meses. Uma surpresa muda positivamente a história. NatGeo, 21h

SANGUE LATINO

No programa desta quarta, Eric Nepomuceno entrevista o escultor e artista plástico Francisco Brennand. Considerado um dos principais nomes da cerâmica brasileira, o autor de importantes painéis é descendente de ingleses e vive isolado em seu ateliê-oficina num bairro distante de Recife. Aos 86 anos, ele fala sobre solidão, morte e silêncio. Canal Brasil, 21h30