Site icon Tribuna de Minas

Música: Confira cinco artistas lendários da Zona da Mata

cantores mineiros
PUBLICIDADE

Os mares de morros mineiros inspiram e muito os artistas mineiros. Isso porque é quase impossível morar por essas bandas de cá e não ter uma visão, mínima que seja, até nas frestas, das montanhas que circundam os municípios. Apaixonantes que só, é por isso que quem conhece, não esquece jamais. A paisagem reside na memória. Muitos cantaram Minas Gerais, outros pintaram e, ainda mais, muitos levaram um pedaço daqui para as bandas de lá. A inspiração pode até ser velada e transformada, radicada em outros estados e regiões, mas o orgulho de ter os nomes para representar a nossa região, fica. Pensando nisso, a Tribuna selecionou cinco músicos que nasceram na Zona da Mata Mineira – exceto em Juiz de Fora, que há 40 anos reverenciamos -, dos mais diversos estilos, para conhecer ou revisitar e, por fim, encontrar o que há daqui nas letras, melodias e interpretações.

Maria Alcina (Cataguases)

De uma voz grave inconfundível, responsável pelo sucesso de uma das músicas que os brasileiros, parece, já nascem sabendo. Maria Alcina, em 1972, interpretou “Fio Maravilha”, de Jorge Ben, no último Festival Internacional da Canção. Desde então, a cantora cataguasense coleciona interpretações memoráveis, como “Kid Cavaquinho”, de João Bosco e Aldir Blanc, e composições de tantos outros músicos brasileiros. Além de uma voz primorosa, Maria Alcina é reconhecida por sua única e arrebatadora presença de palco, dançante e chamativa, com figurino e maquiagem dignos, por si só, de aplausos. Hoje, com 71 anos, a cantora segue na ativa e vacinada.

PUBLICIDADE

Zé Geraldo (Rodeiro)

Ele canta e conta sua própria história em seus 17 discos – o último lançado em 2019. Zé Geraldo, além de tudo, consegue retratar a Zona da Mata mineira em suas letras, com melodias de folk, rock rural e blues. Ele foi lançado lá nos anos 70, participou de inúmeros festivais – tão importantes para início e consolidação de carreira – e, mesmo com o sucesso, carregou suas características iniciais que nenhuma gravadora conseguiu apagar. Não à toa é um exemplo de artista independente. “Senhorita” é uma de suas músicas mais conhecidas e conta sobre uma paixão da adolescência. Com 76 anos, ele faz inúmeras lives durante a pandemia. Inclusive, hoje, às 19h, tem live com participação de Zeca Baleiro, como parte do projeto “Nós do rock rural”, no YouTube.

PUBLICIDADE

João Bosco (Ponte Nova)

Um violão único, a harmonia do Brasil. Apesar de ter a cara da boemia carioca, João Bosco é mineiro e, junto com Aldir Blanc, compôs centenas de músicas gravadas por grandes nomes da Música Popular Brasileira, como Elis Regina. O mais interessante é que ele consegue falar para o país todo e, ao mesmo tempo, de todo país, misturando os gêneros que enriquecem a música brasileira, sem nunca deixar de trazer questões do agora, do momento em que se vive. Por isso, quando se pensa na ditadura, logo vem à mente “O Bêbado e a Equilibrista”, imortalizada por Elis, chamada, também, de “Hino da Anistia”. No último ano, ganhou o Grammy Latino de melhor canção com “Abricó-de-macaco”, nome, também, de seu último álbum, que vale (e muito!) a audição.

PUBLICIDADE

Ary Barroso (Ubá)

Compositor das músicas responsáveis por exaltar o Brasil e mostrar, através de seus temas, o que há de mais deslumbrante aqui, também, no estrangeiro. Ary Barroso é conhecido sobretudo por “Aquarela do Brasil”, regravada por grandes nomes da música brasileira, como Gal Costa e Tom Jobim, e até por músicos de outros países. Mineiro de Ubá, começou a tocar piano bem cedo, foi expressivo no samba-exaltação e recebeu até indicação ao Oscar. Longe dos mares de morros da Zona da Mata, o mar do Rio de Janeiro é que o encantou mesmo, assim como a saudade da Bahia, e todas as outras belezas naturais brasileiras. Apesar de ter falecido há 57 anos, suas músicas ainda falam sobre o Brasil de hoje, moderno e até exuberante.

PUBLICIDADE

Wando (Cajuri)

Wando começou no samba, mas fez sucesso mesmo com as músicas românticas. “Fogo e paixão” – a “meu iá iá, meu iô iô” -, outra música que todo mundo já nasce sabendo, apesar de o nome fugir algumas vezes, foi composta por ele e regravada por inúmeros intérpretes. Em pouco mais de 40 anos de carreira, vendeu 10 milhões de cópias e era considerado o rei do estilo romântico. Nascido em Cajuri e com passagem por Juiz de Fora, sua voz e suas músicas são inconfundíveis. A também imortal “Moça”, lançada em 1975, foi responsável por definir sua carreira, com sucesso nacional, e ser referência para o brega e o sensual. Quando se fala em canção de amor, pensa-se em Wando.

Leia também: Quatro sebos que resistem à pandemia em Juiz de Fora

Exit mobile version