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Cinco painéis para observar em Juiz de Fora

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Em meio ao estado transitório do cotidiano, a arte musiva, por vezes, passa despercebida aos olhos dos juiz-foranos. Exposição não lhes falta, tampouco beleza. Os painéis ainda são assinados por renomados personagens da arte brasileira, desde Cândido Portinari até Di Cavalcanti, sem falar em estrangeiros como Ângelo Tanzini e Alfredo Mucci. É verdade que alguns já caíram por terra junto com edificações, como aquele de João Guimarães Vieira, o Guima, no antigo Colégio Magister, que, inclusive, foi reproduzido pelo Coletivo Agrupa na Reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mas os murais ainda sobrevivem, mesmo alheios aos olhos das ruas e também aos do Poder Público. A Tribuna então toma a liberdade de indicar cinco painéis para o leitor contemplar nas ruas de Juiz de Fora.

‘Marco do Centenário’

O mosaico projetado pelo pintor modernista Di Cavalcanti que reveste o Marco Comemorativo do Centenário, localizado na Praça da República, Bairro Poço Rico, é um dos mais emblemáticos. O bem é tombado tanto pelo Município de Juiz de Fora quanto pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Inaugurado em 1951, o projeto reuniu não apenas Di Cavalcanti, mas o engenheiro Arthur Arcuri, o idealizador, o arquiteto Lúcio Costa, que sugeriu “a ligeira curvatura no final da parede ascendente”, e e Oscar Niemeyer, que teria indicado o próprio Di Cavalcanti para projetar o mosaico. Em julho de 2020, o painel perdeu parte das pastilhas após um incêndio e permanece danificado.

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Algumas pastilhas do mosaico de Di Cavalcanti foram recuperadas pelo Coletivo Agrupa após o incêndio, mas a obra ainda está parcialmente abandonada (Foto: Fernando Priamo)

‘As quatro estações’

O painel de azulejos “As quatro estações”, localizado no pavimento térreo do Edifício Clube Juiz de Fora, voltado para a Avenida Barão do Rio Branco, é assinado pelo artista plástico Cândido Portinari, com a colaboração de José Machado de Moraes e Paulo Fonseca. O mosaico foi executado pela empresa Osiarte, de São Paulo, em 1956, após ser encomendado pela Associação Civil Clube Juiz de Fora. O painel, que mede 448cm por 795cm, é um dos 14 criados em azulejos por Portinari existentes no Brasil. A proposta era integrar a obra à arquitetura modernista do edifício projetado por Francisco Bolonha.

Ainda que próximo ao cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua Halfeld, o painel de Portinari está escondido por estrutura de madeira na parte superior (Foto: Fernando Priamo)

‘Cavalinhos’

Assim como o painel “As quatro estações”, o mosaico em pastilha cerâmica de cavalos é assinado por Portinari e estampa a fachada do Edifício Clube de Juiz de Fora. O painel fica nos peitoris das janelas do terceiro ao 13ª andar, mas voltados para a Rua Halfeld, não para Avenida Rio Branco. A instalação dos mosaicos aconteceu entre 1952 e 1956. São 198 painéis de 96cm por 163cm. Tanto o painel “As quatro estações” quanto o mosaico de cavalos são tombados pelo Município de Juiz de Fora.

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Os cavalinhos de Portinari dividem os andares de uma das fachadas laterais do Edifício Clube de Juiz de Fora (Foto: Fernando Priamo)

‘Cristo rodeado de apóstolos’

O painel em mosaico que reveste a fachada frontal da Igreja Bom Pastor, na Praça Doutor João Tostes, é uma obra do escultor e ceramista italiano Ângelo Tanzini – cuja assinatura é A. Tanzini. O mural representa “Cristo rodeado dos apóstolos”. O mosaico tem os dizeres “felizes dos que têm fome de justiça, dos que promovem a paz, dos puros de coração, dos aflitos, dos pobres” nas laterais. Uma das justificativas elencadas pelo Município para tombar a obra é o “esmero da composição em pequeninas pedras quadriculadas de variadas cores”.

O painel de Ângelo Tanzini reveste a fachada frontal da Igreja Bom Pastor (Foto: Fernando Priamo)

‘Jesus Cristo’

O outro painel de Ângelo Tanzini está no interior da Igreja Bom Pastor, sobre o altar (Foto: Fernando Priamo)

Tanzini ainda assina outro mosaico na Igreja Bom Pastor, mas na parte interior. O mural é localizado na parte superior do altar e descreve Jesus Cristo com uma cruz em meio a rebanhos. A obra ainda faz referência ao Salmo 23:1 com o registro “O Senhor é meu pastor. Nada me pode faltar.”

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