Trinta e cinco países. Quatro continentes. Mais de cem mil unidades vendidas. Os números poderiam ser de qualquer automóvel movido a combustão, porém, são do Nissan Leaf. Criado em 2010 pela marca japonesa, o modelo é o carro a eletricidade mais vendido no mundo. Para se ter uma ideia, 75 mil emplacamentos são só nos Estados Unidos. O Leaf até pode ser visto circulando aqui no Brasil, onde não é comercializado oficialmente. Ele integra algumas frotas de táxi, polícia e corpo de bombeiros, nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Funcionam como uma boa vitrine tecnológica, capaz de atrair atenções e contar pontos para a imagem da fabricante, que tem a ambição de atingir 5% de participação no mercado nacional até 2016.
O hatch médio da Nissan foi o primeiro veículo elétrico a ser fabricado e vendido em massa, apresentado mundialmente como versão de produção no final de 2010, pouco antes do início de sua comercialização. Chegou à Europa em 2011 e, de lá para cá, foi ocupando lugar de destaque entre as opções de modelos com emissão zero de poluentes.
Para mover o Leaf, a Nissan adotou um motor elétrico de 80 kW, cerca de 110cv, e 28,4kgfm de torque. A reação do propulsor movido a baterias de íons de lítio é instantânea, o que faz com que entregue respostas imediatas. As baterias ficam embaixo dos bancos dianteiro e traseiro e podem ter a carga restabelecida a 80% em cerca de meia hora quando conectadas a um carregador de alta capacidade. Já em uma tomada comum, o estoque de energia vai a 100% em oito horas. Com carga total, a autonomia chega a aproximadamente 170km. Mas esse número varia de acordo com a utilização do carro.
Além de ser um veículo com emissão zero de poluentes, o Nissan Leaf tem um design peculiar. Os faróis e lanternas avantajados e a falta de escapamento e do tradicional bocal de abastecimento são características marcantes no estilo do modelo – o “plug” para recarregar as baterias fica no para-choque dianteiro, entre o capô e a grade.
As comodidades são similares às de vários modelos médios. Vão desde ar-condicionado, sistema de entretenimento, vidros, travas, retrovisores e direção elétrica e chegam à chave presencial, que possibilita abrir o carro e ligar o motor com apenas um toque. Nos Estados Unidos, o preço inicial é de US$ 29.010, cerca de R$ 87.600. Mas, caso fosse vendido no Brasil com a atual falta de incentivos públicos, esse valor facilmente se aproximaria da barreira dos R$ 200 mil.