A Renault decidiu investir pesado nos SUVs neste ano. Já lançou o Captur e, em breve, começará a vender no Brasil o crossover nacional Kwid e o importado Koleos. Nesse cenário, chega a ser surpreendente que a marca francesa ainda tenha pretensões para o Duster, até pouco tempo atrás seu único representante no segmento no Brasil. A verdade é que mesmo a chegada de concorrentes como os Jeep Renegade e Compass e o atual líder na categoria, Honda HR-V, apesar de diminuírem o espaço do modelo nas vendas da categoria, não chegaram a apagá-lo. No ano passado, foram 2.114 emplacamentos mensais, algo a se comemorar tendo em vista que se trata do projeto mais antigo entre os disponíveis no mercado. E, na falta de novidades mais substanciais – uma nova geração só aparecerá por aqui no ano que vem –, mudanças no seu trem de força otimizaram sua eficiência energética e deram um gás novo ao modelo. Principalmente na configuração de topo Dynamique com propulsor 2.0 e câmbio manual, com seis velocidades – a transmissão automática do modelo tem apenas quatro marchas.
Segundo a Renault, as soluções para melhorar a eficiência energética do SUV vieram da Fórmula 1, a partir do sistema ESM (Energy Smart Management) de regeneração de energia. O funcionamento é aparentemente simples: na desaceleração do carro, quando o motorista retira o pé do acelerador, o motor continua girando sem consumir combustível. Nesse momento, o alternador automaticamente passa a recuperar energia e enviá-la para a bateria, que aumenta sua carga sem consumo de combustível. Durante a aceleração, o alternador não precisa “roubar” energia do motor para enviar à bateria, já que houve a carga na desaceleração.
A partir de uma mudança da força tangencial no anel do cilindro, houve uma redução de atrito interno, gerando mais melhorias no consumo de combustível. Essa alteração, no entanto, não mexeu nos números de potência e torque: seguem os 143 cv e 148 cv com gasolina e etanol a 5.750 rpm e 20,2 kgfm e 20,9 kgfm com gasolina e etanol a 4 mil rpm. Outra evolução para a redução de consumo foi a adoção da direção eletro-hidráulica, que se ajusta de acordo com a velocidade, ficando mais pesada ou mais leve para entregar conforto e segurança. Por último, a função EcoMode, acionada por meio do botão localizado no painel central, limita a potência e o torque do motor, além de reduzir a potência do ar-condicionado, o que reduz em média em 10% o consumo de combustível.
Os itens de série seguem os mesmos. Destaca-se o sistema Media Nav Evolution. A central multimídia pode transmitir informações sobre o trânsito, traz GPS de série, câmara de ré e tela touch de sete polegadas. De resto, o mínimo que se espera de uma configuração topo de linha neste segmento: ar-condicionado, trio elétrico, rodas de liga leve e revestimentos em couro. O preço é R$ 84.120, sem opcionais disponíveis para a versão.