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HB20S Premium aposta na tradição para brigar entre sedãs compactos

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Foto: Jorge Rodrigues/Carta Z Notícias

Sempre que uma categoria vê vários lançamentos em pouco tempo, é natural que os modelos passados sofram algum tipo de retração nas vendas. A Hyundai, por exemplo, sempre esteve confortável com os emplacamentos do HB20S. Não era o líder entre os sedãs compactos — posto do Chevrolet Prisma —, mas junto com o hatch HB20, conseguia números que empolgavam a marca no país. Com o “boom” dos SUVs compactos, as variantes topo de linha dos três volumes considerados premium acabaram precisando se renovar para seguirem competitivas como veículos familiares e a movimentação entre muitas marcas foi grande. Fiat lançou o Cronos, Volkswagen promoveu a estreia mundial do Virtus no Brasil. A Hyundai pouco se mexeu. Promoveu um leve face-lift em 2015 e esperou para ver o que acontecia.

E o HB20S não perdeu mercado. Ao contrário: ampliou suas vendas em 2018. Neste primeiro semestre, foram 2.574 emplacamentos registrados em média, 4% a mais que as 2.477 unidades mensais dos seis meses iniciais de 2017. Nos show rooms da marca, quem serve de vitrine para atrair os consumidores é a versão Premium, a mais abastada, que tem como único opcional os bancos de couro. E é ela um dos trunfos da Hyundai para tentar evitar que o avanço dos concorrentes mais modernos possa afetar os resultados de seu sedã.

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A confiança da marca coreana é tão grande que, até agora, as únicas alterações promovidas no HB20S foram realizadas no face-lift promovido há quase três anos. Na época, as principais mudanças estéticas ficaram por conta da grade hexagonal dianteira com detalhes cromados — que segue a atual identidade visual da Hyundai. Na versão de topo, os faróis ganharam projetores, incluindo os de neblina, e luzes diurnas em led.

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Foto: Jorge Rodrigues/Carta Z Notícias

Por dentro, o acabamento foi melhorado e tentou-se elevar o patamar do sedã entre os rivais a partir de uma lista de itens de série que, naquele tempo, era bem interessante. Hoje, porém, ar-condicionado digital, airbags laterais e retrovisores com rebatimento automático, por exemplo, já entram no pacote de variantes de topo de modelos da concorrência. Outros recursos, no entanto, ficaram de fora, como controles eletrônicos de estabilidade e tração, controle de velocidade de cruzeiro e até uma simples câmara de ré.

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O motor é um dos pontos a favor, já que desde o início chamava bastante atenção. O motor 1.6 flex trabalha em conjunto com transmissão automática de seis velocidades e rende 128 cv máximos de potência e 16,5 kgfm de torque. O trem de força é suficiente para que o modelo chegue do zero aos 100 km/h em 10,6 segundos e atinja velocidade máxima de 191 km/h.

O computador de bordo tem função de aviso de manutenção programada, que emite um alerta visual quando faltam 30 dias ou 1.500 km para a próxima revisão. Já o sistema multimídia tem tela de sete polegadas sensível ao toque e compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Desta forma, parte do conteúdo do celular pode ser exibido e controlado pela tela touchscreen do BlueMedia.

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Impressões ao dirigir

Foto: Jorge Rodrigues/Carta Z Notícias

O Hyundai HB20S sempre teve dois pontos a seu favor para engrenar suas vendas no mercado brasileiro. Primeiro, pela credibilidade que a Hyundai conquistou no país na primeira década do século, principalmente pelo sucesso de modelos como o hatch médio i30 e o SUV médio Tucson. O outro foi o design, um dos pilares para o crescimento da marca em todo o mundo. O caminho estava mesmo bem pavimentado para que a primeira linha de compactos construída no Brasil pela Hyundai fizesse sucesso instantâneo.

O interior do sedã já chamou mais atenção. Isso porque antes a concorrência da categoria não atentava tanto a esses detalhes. Só que o mercado está cada vez mais disputado e é preciso olhar com mais carinho para todos os aspectos dos automóveis. Nas configurações mais caras dos compactos, isso significa, por exemplo, revestimentos em couro nos assentos, painéis das portas e manopla do câmbio. No sedã da Hyundai, os materiais são aparentemente de boa qualidade e quase todos os comandos são de utilização simples e bem resolvidos — a exceção é o botão do computador de bordo. A central multimídia também agrada, espelhando celulares e transmitindo programação da TV aberta digital.

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Em movimento, os 128 cv e 16,5 kgfm do propulsor 1.6 se traduzem em um vigor capaz de impressionar. Ultrapassagens e retomadas são realizadas sem grande esforço: basta pressionar com vontade o pedal do acelerador que o câmbio automático de seis marchas reduz o suficiente para ver o conta-giros subir rapidamente. O barulho aumenta no habitáculo, mas esse leve incômodo compensa. A direção hidráulica tem o peso certo para manobrar o carro sem dificuldades e garantir firmeza em velocidades altas.

A visibilidade é semelhante à da maioria dos sedãs, ou seja, melhor para a frente que para trás. Surpreende a ausência de uma câmara de ré, mesmo com uma central multimídia tão moderna e funcional. E agora, com a concorrência cada vez mais acirrada e nivelada por cima, isso certamente prejudica o HB20S na disputa.

Ponto a ponto

Foto: Jorge Rodrigues/Carta Z Notícias

Desempenho
O propulsor 1.6 de 128 cv não decepciona. Diante dos 1.086 kg da versão Premium do HB20S, garante uma boa relação peso/potência de 8,5 kg/cv. Não chega a ser um sedã esportivo, mas tem agilidade suficiente para se destacar no tráfego urbano e desempenho instigante na estrada. O câmbio automático de seis marchas tem relações eficientes e ajuda o motorista, com respostas rápidas em ultrapassagens e retomadas. Nota 8.

Estabilidade
A suspensão é firme, o que contribui para controlar bem a carroceria. Diante de curvas acentuadas, há pouca rolagem. Nas retas, ele anda em trilhos, sem exigir correções de trajetória. Mesmo sendo estável, não se justifica que um automóvel na faixa de R$ 70 mil não receba tecnologias de segurança como controle eletrônico de estabilidade e tração. Esses recursos vão ficar mesmo para uma próxima geração. Nota 8.

Interatividade
O HB20S é um carro fácil de se lidar, ainda mais na configuração de topo. Os faróis têm acendimento automático e as manobras são facilitadas pelos sensores traseiros de estacionamento, mas falta de câmara de ré. O ar-condicionado é digital e os retrovisores rebatem eletricamente. A central multimídia espelha alguns modelos de celulares, mas não tem GPS, embora receba sinal de TV digital. Por outro lado, o botão para navegar pelo computador de bordo é mal localizado — fica atrás do volante —, o que dificulta o acesso. A falta de controle de velocidade de cruzeiro também é outra desvantagem. Nota 7.

Consumo
O Hyundai HB20S Premium foi avaliado pelo InMetro e conseguiu médias de 7,0/9,3 km/l com etanol na cidade/estrada e 10,2/12,9 km/l com gasolina no tanque, nas mesmas condições. Isso rendeu nota D na categoria e B no geral. Para um motor flex com suas especificações, não chega a ser surpreendente. Mas há opções mais econômicas. Nota 6.

Conforto
Como todos os compactos, o HB20S foi feito para levar quatro adultos com conforto e cinco com algum aperto no assento traseiro. Neste caso, porém, há bom espaço para as pernas atrás. O isolamento acústico é eficiente até o momento em que se exige mais força do motor. Em giros altos, não há milagres. Nota 8.

Tecnologia
A linha HB20 usa uma plataforma moderna, que teve alguns componentes desenvolvidos especialmente para o Brasil e ainda serviu como base para o Hyundai i20 europeu. Em 2015, o motor 1.6 ganhou sistema de partida a frio e o câmbio automático passou a ter duas marchas a mais, totalizando seis. A central multimídia da versão de topo traz soluções interessantes para o motorista, como o espelhamento de alguns celulares e sinal de TV. Mas alguns itens de conforto e de segurança passam longe do modelo, apesar de seu alto preço. Nota 7.

Habitabilidade
Há nichos na medida para levar os objetos pessoais do motorista, mas sem grande folga. As portas têm bom ângulo de abertura e os ajustes do banco propiciam uma posição confortável para o condutor. O porta-malas carrega 450 litros — há sedãs compactos com mais espaço no bagageiro. Nota 8.

Acabamento
O interior da linha HB20 é agradável e remete a carros maiores e mais caros da marca sul-coreana. Além disso, os encaixes são precisos e os materiais escolhidos, de boa qualidade. Os bancos em couro ajudam a criar a boa impressão, mas não há luxos. E os lançamentos recentes se destacam mais que o sedã da Hyundai. Nota 7.

Design
Esse sempre foi um ponto forte do HB20S – principalmente na sua carroceria hatch, HB20. São linhas que dão um ar esportivo ao mesmo tempo que dão equilíbrio. Mesmo a chegada de novidades no segmento — como os pouco ousados Fiat Cronos e Volkswagen Virtus — não deixou o HB20S defasado. Apenas reduziu a superioridade de estilo do modelo da Hyundai. Depois de seis anos, o sedã ainda é charmoso. Nota 8.

Custo/benefício
O HB20S Premium não é barato. Custa R$ 72.290, mas já com tudo que o modelo pode receber. Ele tem preço bastante semelhante ao de concorrentes mais modernos em suas variantes de topo. Porém, por não se tratar de um projeto tão novo, seu conteúdo está um tanto defasado. Nota 7.

Total
O Hyundai HB20S Premium somou 74 pontos em 100 possíveis.

Ficha técnica

Foto: Jorge Rodrigues/Carta Z Notícias

Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.591 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote, sistema de partida a frio e comando variável de válvulas na admissão. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.

Transmissão: Automática de seis velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não possui controle de tração.

Potência máxima: 128 cv e 122 cv a 6 mil rpm com etanol e gasolina.

Aceleração de zero a 100 km/h: 10,6 segundos.

Velocidade máxima: 191 km/h.

Torque máximo: 16,5 kgfm a 5 mil rpm com etanol e 16,0 kgfm a 4.500 rpm com gasolina.

Diâmetro e curso: 77,0 mm x 85,4 mm. Taxa de compressão: 12:1.

Suspensão: Dianteira com rodas independentes do tipo MacPherson, com molas helicoidais, amortecedores telescópicos pressurizados e barra estabilizadora. Traseira semi-independente por eixo de torção, barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores. Não possui controle de estabilidade.

Pneus: 185/60 R15.

Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS com EBD.

Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,23 metros de comprimento, 1,68 m de largura, 1,47 m de altura e 2,50 m de distância entre-eixos. Airbags frontais e laterais de série.

Peso: 1.086 kg.

Capacidade do porta-malas: 450 litros.

Tanque de combustível: 50 litros.

Produção: Piracicaba, São Paulo.

Lançamento no Brasil: 2012.

Reestilização: 2015.

Itens de série: Ar-condicionado digital e automático, direção hidráulica, fixação Isofix, central multimídia com Bluetooth, espelhamento de celulares e TV Digital, comandos no volante, computador de bordo, banco do motorista com regulagem de altura, vidros elétricos com função one-touch, travas elétricas, chave tipo canivete com comando de travamento das portas, retrovisores elétricos com luz indicadora de direção e com rebatimento elétrico, volante com regulagem de altura e profundidade, rodas de liga leve de 15 polegadas, lanternas renovadas, faróis com projetores e luzes diurnas em led, faróis de neblina com projetores, acendimento automático dos faróis, sensores traseiros de estacionamento, banco traseiro bipartido, alarme volumétrico, volante e pomo de câmbio em couro, maçanetas externas cromadas, friso cromado nos vidros laterais e airbags laterais.

Preço: R$ 70.690.

Preço com bancos de couro: R$ 72.290.

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