Em meio à proliferação de utilitários esportivos compactos no “line up” das marcas automotivas no Brasil, a Fiat faz o que pode para tentar conquistar sua fatia nesse nicho. E, curiosamente, seu trunfo é justamente a Doblò, multivan já bastante conhecida dos brasileiros – foi lançada por aqui em 2001. Em sua versão de topo, a Adventure, a Dobló tenta aliar características típicas dos utilitários esportivos – como bom espaço interno e capacidade para levar até seis passageiros – à estética e apelo aventureiros. Tal apelo inclui até o estepe pendurado na tampa do porta-malas e, opcionalmente, o diferencial autoblocante Locker.
As vendas da Doblò nunca impressionaram muito. O melhor ano, na verdade, foi 2011, quando a Fiat registrou 1.097 emplacamentos mensais, segundo dados da Fenabrave e contando apenas as versões de carro de passeio – a Doblò também é oferecido como furgão, na variante Cargo. Entre janeiro e dezembro do ano passado, mesmo diante da proliferação de SUVs no país e a queda de 24% nas vendas de automóveis, o modelo ainda teve média de 735 unidades por mês. E a configuração de topo serve de vitrine para ele.
O número pode até parecer baixo, mas trata-se de um utilitário que não recebe novidades significativas desde 2009, quando ocorreu seu único face-lift no país. A multivan brasileira, aliás, nunca recebeu a segunda geração lançada na Europa, em 2009 – e que já passou pela sua primeira reestilização, no ano passado. Por aqui, ainda é usada a mesma plataforma adotada na época do lançamento, em 2000. Exceto por um ou outro detalhe inserido a cada ano na renovação de sua linha – na 2016, a Doblò Adventure ganhou só rádio com Bluetooth e sensor de estacionamento traseiro de fábrica -, nada foi mexido.
Uma das principais vantagens da Fiat Doblò é o habitáculo espaçoso. Incluindo o porta-malas, que comporta, sem a utilização do banco individual da terceira fileira, 665 litros de carga. Com ele em uso, cai para 450 litros, capacidade que ainda se destaca, na média dos utilitários esportivos compactos à venda no Brasil e até maior que alguns deles. Além disso, a área envidraçada é bem maior que o padrão dos carros de passeio, tática que amplia a iluminação interna e também a noção de espaço. Outro ponto a favor do modelo é o acesso traseiro através de portas de correr, bom para quem tem limitações motoras ou estaciona constantemente em vagas apertadas.
Sob o capô, a Doblò Adventure guarda o potente motor E-torQ 1.8 16V Flex, o mesmo que equipa as versões de topo de toda a linha Adventure da marca – que inclui a perua Weekend, a minivan Idea e a picape Strada – e ainda o SUV compacto pernambucano Jeep Renegade. Capaz de atingir 132 cv quando abastecido com etanol a 5.250 rpm, o propulsor tem torque máximo de 18,9 kgfm a 4.500 rpm com o mesmo combustível e leva o modelo da inércia aos 100 km/h em 12,3 segundos. A velocidade máxima é de 171 km/h. O trem de força é completado por uma transmissão manual de cinco marchas – não há, para o Doblò, opção de trocas automáticas.
Sem grandes luxos – nem como opcional há central multimídia ou câmara de ré, por exemplo, -, a Fiat Doblò Adventure atua em uma faixa de preço um tanto salgada. Começa em R$ 78.980, mas pode chegar a R$ 84.772 completa. Por este valor, ganha o diferencial auto-blocante Locker, bancos revestidos parcialmente em couro e volante multifuncional com seis botões para comandos do rádio com Bluetooth, além do estepe com roda de liga leve aro 15.