O segmento de utilitários esportivos compactos nunca esteve tão badalado no Brasil. Grande parte dessa agitação deve-se à chegada de novos modelos neste ano – leia-se Honda HR-V, Jeep Renegade e Peugeot 2008 -, que de maneira rápida atendeu à demanda do consumidor. Com isso, o Renault Duster, que só tinha como concorrente até então o Ford Ecosport, tratou logo de “mexer os pauzinhos” para não ficar esquecido diante de tantas novidades no mercado. E a versão, Dynamique 4×4, topo de linha, é a que mais tenta unir conceitos urbanos e off-road para fazer bonito nesta disputa acirrada.
Em maio deste ano, o utilitário esportivo da Renault passou por um “facelift” para ficar sutilmente mais “moderninho”, sem deixar de lado sua característica robustez. Os faróis continuam com o mesmo formato, mas ganharam nova disposição de luzes e agora contam com leds, assim como as lanternas. Os para-choques dianteiro e traseiro estão mais encorpados, o que ressalta a imagem “parruda” do veículo. A grade também foi remodelada e agora está com a filosofia estética da marca, com o losango em evidência ao centro.
No ano passado, o Duster obteve média de mais de quatro mil unidades emplacadas mensalmente. Neste ano, a média caiu para um pouco mais de três mil – queda de 25%. Em julho, ficou em 3.198. Já o seu arquirrival Ecosport passou de média superior a 4.500 emplacamentos mensais em 2014 para média mensal de 3.370 comercializações neste ano – caiu para 2.890 no mês passado. Os “novatos” Honda HR-V e Jeep Renegade tiveram 4.429 e 4.028 unidades vendidas em julho, respectivamente. Enquanto isso, o também estreante Peugeot 2008 emplacou apenas 771 unidades no mesmo período.
A configuração 4×4 Dynamique ocupa a função topo de linha da gama do Duster, e também é o veículo 4×4 mais barato do mercado nacional. A versão “off-road” responde por 5% das vendas do modelo, e tem preço inicial de R$ 75.790. Mas pode chegar a R$ 77.990 com todos os opcionais. Para justificar o valor, o modelo entrega, entre seus itens de série, direção hidráulica, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos, sensor de estacionamento, volante multifuncional e indicador de troca de marchas, além dos obrigatórios airbags frontais e freios ABS.
O interior recebeu retoques pontuais, entre eles, novos tecidos para os bancos, novo quadro de instrumentos e acabamento central em Black Piano. Dentro da cabine ainda há o sistema Media NAV Evolution, que agora incorpora informações de trânsito em tempo real e permite acessar internet através de aplicativo via smartphone. Ele é acoplado a uma tela touch-screen de 7 polegadas localizada no centro do painel com funções de áudio, telefonia, redes sociais e GPS. Entre os opcionais aparecem os bancos de couro, câmera de ré e piloto automático.
Do lado externo, o modelo pode ser diferenciado dos demais através das rodas exclusivas aro 16 com tonalidade cinza escuro e os para-choques de duas cores contrastantes. O visual aventureiro é ressaltado com o rack de teto e os estribos laterais.
Sob o capô, o modelo carrega o já conhecido propulsor 2.0 litros 16V. Porém, ele foi recalibrado e agora é capaz de extrair até 148/143cv com gasolina e etanol – ganho de 6cv. Já o torque em baixas rotações, segundo a Renault, é de 18,8kgfm em 2.250rpm, o que representa ganho de 1kgfm – o torque máximo fica em 20,9kgfm com etanol e 20,2kgfm com gasolina. Em conjunto com o motor, trabalha uma caixa manual de seis marchas, com tração nas quatro rodas. De olho no consumo de combustível, o motor pode ter sua potência e torque reduzidos através do botão Eco, que também limita a potência do ar-condicionado – e que, no fim das contas, pode resultar em até 10% de economia, de acordo com a Renault.