Crescer em um mercado em queda constante é complicado. Para a maioria das fabricantes automotivas, a melhor solução é não ousar e apostar no que tem dado certo. Foi exatamente isso que a Citroën fez quando promoveu um facelift no Aircross, no final do ano passado. Além de tirar a nomenclatura “C3” de seu nome, a marca francesa modernizou o visual de sua minivan para tornar o modelo mais atraente na disputa por espaço em dois nichos que se destacam no país: o dos SUVs compactos e dos modelos com estética aventureira. Caso da configuração de topo Shine, com barras no teto e o estepe pendurado na tampa do porta-malas, além dos apliques plásticos pretos nos para-choques e nas caixas de rodas.
Para incorporar a nova assinatura da marca, o Aircross ganhou faróis mais afilados e linhas arredondadas. A Citroën batizou esse estilo de “squarcle”, por misturar formas quadradas (“square”) com circulares (“circle”). E essa estratégia aparece tanto fora quanto dentro do modelo. As saídas do ar-condicionado – automático e digital na versão de topo – são quadradas, enquanto os comandos são arredondados, por exemplo.
O Aircross Shine só é oferecido em uma opção de trem de força. Trata-se do motor flex 1.6 que entrega até 122 cv e 16,4 kgfm de torque com etanol, aliado à transmissão automática de quatro velocidades. A direção é elétrica e os pneus, para reforçar a imagem aventureira do modelo, são de uso misto, com medidas 205/60 R16. Uma exclusividade em relação às demais configurações é a central multimídia, opcional em outras variantes e de série na Shine. Ela ainda pode receber GPS e jukebox de 16 Gb para armazenamento de dados pelo motorista, por um adicional de R$ 1 mil à conta total do carro – que chega a R$ 71.680 completo.
As mudanças na linha Aircross já parecem ter trazido novo fôlego às vendas do modelo. Em 2015, o crossover emplacou 389 unidades mensais. Em 2016, esse número já chega a 515, considerando apenas os dois primeiros meses do ano. É claro que o fator novidade contribui para um crescimento nas vendas. Mas diante da retração de 31% registrada no primeiro bimestre deste ano, crescer em 32% o número de emplacamentos é um resultado mais que satisfatório.