Os câmbios CVT andam em alta na indústria automotiva mundial – notadamente nas marcas japonesas. Nos últimos anos, Toyota, Honda e Nissan vêm adotando cada vez mais as transmissões continuamente variáveis, tidas como mais racionais em termos de aproveitamento energético, principalmente em seus sedãs médios e médio-grandes. Mas a Nissan resolveu fazer diferente e acaba de apresentar a opção de câmbio CVT para sua linha de compactos fabicados no Complexo Industrial de Resende, na região Sul Fluminense. A partir desse mês, o sistema passa a ser disponibilizado nas versões SV e SL do hatch March e nas SV, SL e Unique do sedã Versa equipadas com motor 1.6 16V flex, com 111 cv e 15,1 kgfm. A Nissan já oferecia o câmbio CVT nos sedãs Sentra e Altima, ambos importados do México. Em outros mercados, a transmissão é adotada também nos crossovers Qashqai, Juke e Murano.
A Nissan dá à sua transmissão continuamente variável a denominação “XTronic CVT” – e o pequeno logo com o nome dado ao câmbio é a solitária novidade externa visível nas novas versões dos dois compactos. Por dentro, a tradicional alavanca do câmbio manual dá lugar à alavanca com as marcações D, N e R – para Drive, Neutral e Reverse. A Nissan afirma que o “Xtronic CVT” de nova geração que agora equipa March e Versa – produzido pela Jacto, empresa do grupo Nissan – proporciona o melhor desempenho em consumo de combustível, já que mantém a rotação do motor adequada e oferece bom torque em todas as condições de condução. Uma das novidades dessa caixa de última geração é o sistema “Lock Up” com Active Slip Control. Com ele, segundo a Nissan, o CVT obtém acelerações com respostas mais vigorosas e sem alternâncias, pois o sistema “segura” a polia e a solta de forma gradual para que o torque seja transmitido de forma linear e rápida. O CVT de March e Versa conta também com a função denominada “Overdrive”. Um botão na lateral da alavanca do câmbio permite ao motorista alterar o regime de rotação do motor para uma maior faixa de giro, proporcionando melhores respostas nas acelerações.
Um aspecto interessante da nova transmissão é que ela permitiu que ambos os modelos obtivessem nota A nos testes de consumo e emissões realizados pelo InMetro. Também receberam o selo do Conpet para veículos leves, concedido aos veículos que participam do programa de etiquetagem que atingem grau máximo de eficiência energética. Ambos reproduziram os resultados das suas versões equipadas com câmbio manual. Com etanol, o March 1.6 16V obteve 7,8 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada. Com gasolina, faz 12 km/l na cidade e 15 km/l na estrada. Já o Versa 1.6 16V fez 7,8 km/l (cidade) e 10 km/l (estrada) com etanol e 12 km/l (cidade) e 14 km/l (estrada) com gasolina.
Além da opção de CVT nas versões 1.6, há novidades nos acabamentos para a linha 2017 do Versa. A versão de entrada 1.0, por exemplo, passa a se chamar 1.0 Conforto. Os itens de série do pacote “Pack Plus” foram incorporados às versões de entrada e a versão 1.6 SV sem o “Pack Plus” passa a se chamar 1.6 S. O objetivo foi deixar as versões base mais equipadas. O Versa conta agora com vidros elétricos nas quatro portas de série, além do Isofix disponível a partir da versão 1.6 SV.
As versões dos compactos Nissan com CVT ficaram R$ 4.800 mais caras que as com câmbio manual. A mais barata é o March SV Xtronic CVT, que começa em R$ 54.090, e a mais cara é o Versa Xtronic CVT Unique, que custa R$ 66.290. Apesar de não ter sido confirmado pela Nissan, é bastante provável que o mesmo “powertrain” dessas novas versões de March e Versa seja adotado no Kicks. O novo utilitário esportivo compacto chega ao Brasil a partir de agosto importado do México, mas em 2017 também será produzido em Resende, na mesma linha de onde já saem March e Versa.