Este ano começou de maneira competitiva no segmento de picapes médias. A liderança de duas décadas da Chevrolet S10 foi tombada pela nova geração da Toyota Hilux, lançada nas configurações diesel no final do ano passado. E até a chegada da Fiat Toro – que não chega a ter dimensões de média, mas carrega uma tonelada de carga nas versões diesel – acena para uma possível migração de alguns clientes de comerciais leves maiores para o modelo. A época não poderia ser mais oportuna para a Ford apresentar a reestilização da Ranger, que, a exemplo dos carros de passeio da marca norte-americana, sai na frente com tecnologias que normalmente não são inseridas nesse tipo de veículo.
A lista inclui piloto automático adaptativo, alerta de colisão, farol alto automático e sistema de permanência em faixa, oferecidos para a versão Limited. Além deles, há câmera de ré e monitoramento de pressão dos pneus também para a configuração intermediária XLT. O piloto automático adaptativo permite programar a velocidade de cruzeiro e a distância do veículo à frente, enquanto o alerta de colisão detecta o risco de acidente e avisa o motorista por uma luz refletida no para-brisa – com pré-carregamento do sistema de freios. A permanência na faixa tem o apoio de uma câmera para sinalizar mudanças indevidas e até realizar pequenas correções no volante.
A conectividade ganha destaque no sistema Sync de série em toda a linha. Tem CD/MP3-player, entrada USB/iPod, Bluetooth, comandos de voz para áudio e telefone, comandos de áudio no volante e ligação automática para o SAMU – só quando há um celular com sinal emparelhado. A tela é de 4,2 polegadas na configuração de entrada XLS, passando a 8 polegadas e com GPS incluído nas mais caras.
As alterações estéticas favoreceram essa ideia de modernidade que a Ford busca para a picape. A nova grade dianteira ganha entradas de ar laterais e o formato trapezoidal característico da assinatura global da marca. Faróis com projetores se conectam à peça e a parte inferior do para-choque atua como uma espécie de barra de proteção. O capô traz ressaltos e as versões mais caras, XLT e Limited, abusam dos cromados na grade do radiador e para-lama, faróis, capas dos retrovisores, maçanetas e para-choque traseiro. Ambas também incorporam estribos laterais e santantônio – este último em formato tubular e cromado na XLT e na cor do veículo na Limited. A de topo Limited conta ainda com bagageiro de teto, protetor de caçamba e capota marítima. Toda a linha é equipada com rodas de liga leve, de aro 17 nas versões XLS e XLT, e de aro 18 e exclusiva na Limited. Atrás, no entanto, nada de novo.
Por dentro, o painel é totalmente novo, em formato de barra horizontal. O ajuste do banco do motorista é elétrico na Limited e os revestimentos em couro aparecem nela e também na XLT. As duas contam com duas telas de 4 polegadas no painel de instrumentos que podem ser configuradas para exibir as informações desejadas pelo motorista. Dados do computador de bordo e conta-giros se revezam na esquerda, enquanto os do GPS, sistema de som e telefonia ficam à direita.
Sob o capô, há opções 2.2 e 3.2 movidas a diesel e 2.5 flex. Os dois primeiros ganharam novos bicos injetores, turbocompressores, desenho de válvulas e sensor de temperatura de gases de exaustão. No maior, que equipa tanto as versões XLT quanto Limited, seguem os 200cv a 3 mil rpm e 47,9kgfm entre 1.750 e 2.500rpm e a transmissão é sempre automática de seis marchas. Já o 2.2, exclusivo da XLS, ganhou 10cv e 1kgfm, totalizando 160cv a 3.200rpm e torque de 39,2kgfm entre 1.600 e 2.500rpm, com as opções de transmissão manual ou automática, ambas de seis velocidades. O 2.5 Flex, presente por enquanto apenas nas versões XLS e XLT, agora dispensa o tanquinho auxiliar de gasolina e entrega 173/168cv a 5.750 rpm com etanol/gasolina e 25/24,4kgfm a 4.500rpm com os mesmos combustíveis. A transmissão é sempre manual de cinco velocidades. Com chegada nas concessionárias marcada para maio, os preços variam de R$ 99.500 a R$ 118.500 nas versões flex e vão dos R$ 129.900 aos R$ 179.900 para motorizações diesel. Pelo menos por enquanto, não existem opções com cabine simples – provavelmente a marca deixará esse lançamento para o futuro, assim como a configuração de topo Limited com propulsor flex.