A crise vivida nos últimos anos impactou diretamente o setor automotivo na Europa. Fábricas foram fechadas, empregados dispensados e algumas montadoras amargaram grandes prejuízos. Mas esse período de dificuldades também serviu para criar soluções, como novas parcerias ou o estreitamento ainda maior dos “laços” estratégicos entre as fabricantes – principalmente na criação de modelos compactos e de baixo custo. O último caso vale para Peugeot. A empresa francesa renovou o compartilhamento de arquitetura – a parte mais cara de qualquer projeto. Dessa aliança, surgiu o novo carro de entrada: o 108, que divide a base com o Citroën C1 e com o renovado Toyota Aygo. Mostrado pela primeira vez no Salão de Genebra, na Suíça, em março -, o 108 chega para suceder o 107, ser o carro de entrada da fabricante francesa e competir com a nova “leva” de subcompactos que surgiram no continente europeu como o Volkswagen Up, Renault Twingo e Fiat Panda.
No aspecto visual, o 108 traz a identidade “animal” apresentada pela Peugeot no 308. A frente tem faróis com luzes diurnas de leds que lembram um olhar felino, acompanhados da grade de três filetes e o nome da marca na borda superior. Na traseira, as lanternas remetem mais ao 208, com três fileiras – e alusão às garras de um leão. O design é completo pela tampa do porta-malas de vidro, e segue a tendência dos novos – e rivais – subcompactos, como o Renault Twingo e o Volkswagen Up europeu.
Alinhada ao tamanho do carro está a motorização. O 108 conta apenas com propulsores de três cilindros. As versões de entrada são equipadas com um 1.0 litro que produz 68cv de potência, enquanto as mais potentes vem com um 1.2 litro de 82cv. A transmissão pode ser manual ou automática, ambas de cinco marchas. Mas talvez a grande novidade do sucessor do 107 seja a inédita configuração Top. Além das quatro portas, o carrinho traz um retrátil teto solar de tecido com rebatimento elétrico, que se estende até os bancos traseiros – semelhante ao do Fiat 500C.
Apesar de ser um carro de entrada da Peugeot na Europa, o 108 pode vir com interessantes equipamentos para o segmento. Ar-condicionado digital, botão de partida, seis airbags, controle de estabilidade, rodas de liga leve de 15 polegadas, além de um tela de LCD de 7 polegadas que agrega as funções da central multimídia e sistema start/stop. O modelo francês ainda pode ser totalmente personalizado. Carroceria em dois tons, rodas, adesivos e interior vêm de acordo com o gosto do proprietário. Com duas portas, o 108 parte de 10.150 euros – cerca de R$ 32 mil – em sua terra natal e chega até os 16.050 euros – em torno de R$ 50.100 – pela “top” Féline com quatro portas.