O Grupo PSA vem se movimentando para conseguir no Brasil o mesmo bom desempenho que vem obtendo em outros mercados. Reposicionou a Citroën e a Peugeot no mercado nacional, enxugou sua oferta de veículos e, agora, já com uma estratégia mais bem definida, começou a mostrar novidades. A Citroën, por exemplo, trouxe para o Brasil o furgão Jumpy e a recente reestilização do sedã médio C4 Lounge e já anuncia em seu site seu novo SUV, o C4 Cactus. O modelo, que tem previsão de chegada ao mercado brasileiro no segundo semestre deste ano, é construído sobre a plataforma da nova geração do C3 – já disponível na Europa — e receberá por aqui a mesma motorização 1.6 THP dos modelos topo de linha do grupo PSA no Brasil. Mas, ao contrário de outros compactos da PSA, no Cactus este propulsor vai trabalhar com um câmbio automático de seis marchas.
Fruto de um projeto global, o C4 Cactus vendido no Brasil será nacional, produzido na fábrica do grupo, localizada em Porto Real, no estado do Rio de Janeiro. O visual é o mesmo visto na Europa, com poucas diferenças. Porém, algumas alterações mecânicas serão realizadas para adaptar o carro à realidade das vias da América Latina — o que significa uma motorização diferente e também sistema de suspensão mais robusto para encarar a buraqueira típica do Brasil e outros países da região.
Assim como os últimos lançamentos da marca, a frente se destaca pelo grupo ótico em dois níveis — ou três, considerando as luzes de neblina. O C4 Cactus tem linhas arredondadas, coluna traseira grossa e um perfil de estilo bem robusto. De perfil, chamam atenção o teto “flutuante” e as barras de teto em alumínio. Aerofólio integrado e lanternas em led com efeito 3D também aparecem, assim como proteções plásticas nas caixas de roda e nas partes inferiores dos para-choques – algo já clichê em SUVs. Um dos elementos que tornam seu exterior inconfundível, os airbumps, podem não ser adotados no Brasil, sob o argumento de que encareceriam a produção.
Também por causa dos custos, diversos equipamentos disponíveis na Europa serão deixados de lado na versão brasileira. Caso dos recursos para condução autônoma, sistema de leitura de placas e de faixas, controle de estabilidade configurável em diversos níveis de atuação ou sensor de ponto cego. Por aqui, são poucos os modelos, mesmo de segmentos superiores, que disponibilizam estes sistemas.
No modelo disponível na Europa, o porta-luvas abre para cima, ampliando o espaço para as pernas do passageiro dianteiro. Por conta disso, o airbag frontal direito sai do teto. Esse é outro detalhe que pode ser mudado na versão nacional, que usaria porta-luvas e airbag convencionais. A central multimídia tem tela de sete polegadas sensível ao toque e agrega funções de navegação, câmara de ré e controle de climatização. O entre-eixos é de 2,59 metros, 5 cm maior que o do Aircross. O comprimento é de 4,17 m, com 1,71 m de largura é de 1,71 m e a altura, de 1,60 m – por aqui, tende a ganhar um ou dois centímetros para enfrentar a realidade brasileira.
Para o Brasil, o motor 1.6 THP de 173 cv máximos com etanol e caixa automática de seis velocidades, o mesmo conjunto utilizado no sedã C4 Lounge, o colocará como o um dos mais potentes do segmento no mercado brasileiro – perderia apenas do Ford EcoSport, 2.0, que tem 175 cv. Nas configurações mais baratas, o motor será 1.6 16V aspirado de 118 cv, também com câmbio automático de seis marchas. A ideia é que o modelo ganhe bastante espaço na exportação para outros países da América Latina.
Primeiras impressões
Lançado em 2014 na Europa, o Citroën C4 Cactus passou por uma reestilização recente que renovou a estética do carro, com alterações nos faróis, nas linhas, nos airbumbs — que foram também redimensionados — e até nos assentos, que receberam uma espuma de poliuretano de alta densidade, depois de ser muito criticado inicialmente pela falta de conforto.
Na estrada, o primeiro efeito que se percebe com a adoção do novo sistema de suspensão é a absorção de irregularidades com mais eficácia, fruto da adoção de amortecedores hidráulicos progressivos duplos. A posição de dirigir também está melhor. Além disso, o ajuste de altura para o condutor e passageiro da frente e o ajuste lombar para o condutor melhoram bastante a ergonomia. A coluna de direção também se move em altura e profundidade.
As medidas externas são compactas, mas o interior é realmente generoso, temperado com conforto e versatilidade. O teto panorâmico de vidro com alta proteção térmica amplia a sensação de espaço e o acabamento impressiona pelo requinte e bom gosto. O design do painel é simples e horizontal, com painel de informações digital. Há uma tela sensível ao toque de sete polegadas ao centro, integrada aos sistemas Android Auto, Apple CarPlay e MirrorLink, com comandos agrupados ao seu redor.