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Mudanças visuais deixam carro com aparência mais robusta e com impressão de mais espaço

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Planejar metas no setor automotivo é arriscado. E a Fiat sabe disso. Quando lançou o hatch médio Bravo, no final de 2010, a marca italiana almejava conquistar o posto de segundo lugar da categoria. Queria bater o vice-líder Ford Focus e tentar incomodar o Hyundai i30, que reinava absoluto na primeira posição. Quatro anos depois, porém, a realidade foi outra. O modelo amarga uma média mensal de 370 unidades emplacadas por mês, ganhando apenas dos representantes de marcas de luxo, como Audi, Mercedes e BMW. Agora, ao colocar nas concessionárias a linha 2016 do Bravo, os planos da Fiat são bem mais modestos. O que a fabricante quer é elevar suas vendas em 20%.

As mudanças visuais são sutis, mas significativas. Suas linhas estão mais marcadas e, com isso, a impressão que se tem é de que o carro cresceu – mas é só impressão. Para-choques, molduras de lanternas e de faróis e grade foram renovados, dando mais robustez à dianteira. Atrás, os para-choques também foram redesenhados e defletores de ar, novas lanternas com molduras pretas e spoiler traseiro reforçam a identidade esportiva que a Fiat sempre quis dar ao modelo. E o perfil se destaca por rodas de liga leve com desenhos exclusivos para cada versão e minissaias laterais na cor do veículo.

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O habitáculo também passou por uma reformulação. Agora tem nova iluminação branca nos comandos internos e uma grafia diferente no quadro de instrumentos. Desde o mais barato ao mais caro, conta com apoio central para o braço rebatível com porta-copos no banco traseiro. Além disso, traz o sistema de entretenimento Uconnect Touch. Nele, funções de mídia e telefone são comandadas por voz a partir de um toque no volante multifuncional – revestido em couro. Ele tem tela touchscreen de cinco polegadas que pode reproduzir a imagem da câmara de ré e aceita audio streamming, Bluetooth e USB compatível com Ipod e Iphone, além da entrada auxiliar. E fica disponível ainda o Uconnect touch NAV, que adiciona navegação GPS.

O Bravo 2016 é oferecido em quatro versões: Essence 1.8 16V, Sporting 1.8 16V, T-Jet 1.4 16V Turbo e a versão especial Blackmotion 1.8 16V, herdada de outros carros do “line up” da Fiat. Todas as configurações com a motorização 1.8 têm potência de 132/130cv com etanol/gasolina no tanque e câmbio mecânico de cinco marchas ou a opcional transmissão automatizada Dualogic Plus. Já o esportivo Bravo T-Jet – o topo de linha – entrega 152cv com seu propulsor turbo e torque máximo de 21,1kgfm, que se mantém constante entre 2.250rpm até 4.500rpm, podendo chegar até os 23kgfm a 3.000rpm quando acionado o sistema Overbooster – que aumenta a pressão do turbo e a sensibilidade do pedal do acelerador e endurece a direção, realçando a vocação esportiva da versão.

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Um dos trunfos da Fiat para incrementar as vendas do Bravo é a boa lista de itens de série. Além do sistema de entretenimento Uconnect, a versão de entrada Essence já tem ar-condicionado com saída também para os ocupantes do banco traseiro, rodas de liga leve de 16 polegadas, computador de bordo completo e bancos e volante reguláveis em altura, por R$ 61.990. A versão Sporting incorpora rodas de liga leve aro 17 e faróis e ponteira de escapamento com saída dupla cromada de visual esportivo, além da suspensão com acerto diferenciado, e custa R$ 67.990. O Bravo Blackmotion tem preço de R$ 68.990 e é o único que já vem com Uconnect com navegador. Traz ainda bancos em couro, ar-condicionado automático de duas zonas, sensor de estacionamento e, assim como o Sporting, a suspensão com acerto esportivo.

Já a “raivosa” versão T-Jet adiciona assistente de partida em rampa, teto solar para os bancos dianteiros e traseiros e controle eletrônico de estabilidade e tração, além de outros “mimos” típicos de configurações de topo, mas cobra iniciais R$ 78.490 e não tem bancos de couro de fábrica. A configuração turbinada pode chegar aos R$ 94.581 se adicionados todos os opcionais disponíveis, o que inclui cinco airbags – apenas os frontais são de série -, bancos parcialmente em couro, faróis de xênon com limpador automático, sistema de monitoramento de pressão dos pneus, rebatimento elétrico dos retrovisores externos, retrovisor interno eletrocrômico, sensor crepuscular, de chuva e de estacionamento dianteiro e o sistema Uconnect com GPS.

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Capacidades múltiplas

Atibaia/SP – O Fiat Bravo é um hatch médio que alia um espaço interno considerável, bom porta-malas de 400 litros e pegada esportiva. Mas essa vocação mais apimentada só se liberta de fato na configuração T-Jet, disponibilizada para o teste. O 1.4 turbo que ela esconde sob o motor acelera bem o modelo, fazendo-o chegar rapidamente aos 100 km/h. Aliás, difícil é controlar o desejo de levar o modelo aos seus limites – a maior parte do percurso tinha limite de velocidade entre 80 km/h e 110 km/h.

Mesmo em trechos com curvas mais acentuadas, tudo se manteve dentro do controle. E sem qualquer sinal de que não ficaria. Até porque a versão tem controle eletrônico de estabilidade, ou seja, eventuais excessos podem ser corrigidos pelo próprio carro. Mas a suspensão esportiva, que favorece a estabilidade, cobra seu preço no conforto. Qualquer desnível do piso se traduz em algum impacto na cabine. O isolamento acústico é eficiente o suficiente para não trazer irritação com um som ensurdecedor, mas também não abafar o ronco instigante do propulsor quando se carrega com vontade o pedal do acelerador.

O Fiat Bravo T-Jet fica devendo um pouco nas saídas, já que o torque máximo de 21,1 kgfm só aparece a partir de 2.250, mantendo-se constante até os 4.500 giros. Mas nada que um alguém que tenha em sua rotina mais trechos urbanos vá lamentar tanto. E a sensação de esportividade é ampliada com o câmbio manual de seis marchas, que tem escalonamento correto e engates precisos. Mas, como a maior parte das versões esportivas, a T-Jet é pura vitrine na gama Bravo. Até sua linha 2015, só correspondia a 5% das unidades emplacadas.

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