A queda nas vendas automotivas registrada no Brasil não foi capaz de diminuir as expectativas de crescimento entre as fabricantes chinesas por aqui. Sempre com a estratégia de entregar mais conforto e listas recheadas de itens de série em seus modelos, cada uma aposta em um nicho que possa trazer resultados animadores. A JAC, por exemplo, resolveu pegar carona nos megaeventos programados para o Brasil a partir de 2014 – como a Copa do Mundo Fifa, realizada entre junho e julho, e as Olimpíadas de 2016 – para tentar conquistar um espaço entre as vans de luxo no país. Nessa onda, a empresa começou a oferecer, a partir de fevereiro, a maxivan T8.
O modelo transporta até sete pessoas e busca se firmar no atendimento a empresas de turismo, hotéis, sindicatos e associações para exercer a função principal de transfer de luxo. Mas a expectativa de vender duas mil unidades até o fim do ano transformou-se em uma amarga decepção. Nem a redução de R$ 20 mil no preço – o comercial leve chegou por R$ 114.990 e hoje começa em R$ 94.990 – ajudou. Até o final de setembro, o acumulado de emplacamentos do T8 chegou a apenas 102 unidades, menos de 15 por mês.
A intenção de se inserir no mercado de transportes de luxo fica evidente no interior da van executiva. A configuração 2+2+3 tem poltronas individuais e totalmente reclináveis na dianteira e na fileira do meio. As intermediárias ainda giram em 360º e os cinco lugares da parte traseira são removíveis, o que é capaz de ampliar o espaço do porta-malas dos 1.310 litros para sete ocupantes até 4.800 litros na condição de furgão – embora o transporte de cargas não seja a finalidade primária definida pela fabricante. O porte impressiona. São 5,10 metros de comprimento, 3,08m de entre-eixos, 1,84m de largura e 1,97m de altura.
O foco no conforto e a comodidade dos passageiros que vão atrás é acentuado pelos seis porta-copos, luzes individuais de leitura, duas tomadas de 12V e ar-condicionado com controle independente. Motorista e o carona têm regulagem elétrica e aquecimento nos bancos, que podem ser de couro por mais R$ 2 mil na conta final do carro. Externamente, o modelo não transmite maiores ousadias. Adota o clássico formato “caixote”, típico das maxivans e furgões grandes, mas o design abusa de cromados, algo que se evidencia principalmente na dianteira, pelas cinco lâminas e o logo da JAC no topo da larga grade.
A lista de equipamentos que saem de fábrica no modelo é extensa, engloba teto solar elétrico – que, assim como o ar-condicionado digital e automático, tem controle independente na parte de trás -, sensores de estacionamento traseiros, câmera de ré, central multimídia com tela touchscreen e entrada USB, auxiliar e para cartão de memória e Bluetooth, faróis com regulagem elétrica de altura, trio elétrico e direção hidráulica. No que diz respeito à segurança, o JAC T8 conta apenas com os freios ABS e airbag duplo obrigatórios pela legislação brasileira.
Sob o motor, a JAC instalou um 2.0 litros a gasolina turbinado com intercooler. O propulsor rende 175cv a 5.400rpm e torque constante de 26,5kgfm entre 2 mil e 4 mil giros. Acoplado a ele está uma transmissão manual de seis relações, que envia a potência para o eixo traseiro. Com esse conjunto e com o preço redimensionado, a JAC ainda acredita que sua van possa obter a imaginada arrancada nas vendas no Brasil.