As motos aventureiras representam uma parte fundamental do mercado da Triumph no Brasil. Mas é na nova Tiger 1200 que a marca britânica deposita suas tecnologias mais nobres. Na linha 2019, o modelo recebeu inclusive, painel eletrônico totalmente digital e recursos de auxílio eletrônico à condução bem mais aprimorado em relação ao modelo anterior, Para marcar de forma bem definida as novidades, a Tiger 1.200 chega com leves alterações estéticas e uma nova designação; Ela perde o sobrenome “Explorer” e passa a se chamar apenas de Tiger 1200.
No tanque, onde aparecia o antigo nome, agora está a inscrição “Tiger”. Essa iniciativa funciona também para aproximar a Adventure de grande porte com a Tiger 800, modelo de maior sucesso da marca no Brasil. Outra mudança visível foi no conjunto ótico. Agora ele usa led tanto nas luzes de posição quanto em todo o sistema de iluminação nas versões superiores da linha. Na versão básica XR, é aplicado nos piscas e nas luzes de posição, o que cria uma assinatura luminosa que dá um aspecto bem tecnológico ao modelo. A partir da intermediária XCx, os faróis passam a ser em led e ela ganha ainda um sistema de iluminação em curvas — que se intensifica no lado em que a moto se inclina. A versão top XCa incorpora ainda luzes de neblina. Por conta de exigir menor potência para funcionar, o sistema elétrico foi reduzido nestas versões. Passou a usar bateria sólida, o que reduziu o peso da moto.
Vários outros recursos foram usados para tirar peso do modelo. Os atuais 248 quilos equivalem a uma redução de 10 kg em relação ao modelo anterior, ou perto de 4% do total. Além dos 2,5 kg da parte elétrica, outros 7,5 kg foram perdidos em mudanças no propulsor, como o alívio do volante do motor e do virabrequim, por exemplo. Como resultado dessa mexida, além de perder peso, o modelo ganhou potência. O motor tricilíndrico de 1.215 cc passou a render 141 cv, dois a mais que anteriormente. O ganho de potência veio acompanhado por diversas evoluções técnicas. De novo, a Tiger 1200 passa a contar com mais modos de condução — três na XR e seis na XCa —, que alteram parâmetros de ABS, potência, controle de tração e resposta ao acelerador. A versão de topo traz ainda recursos mais sofisticados, como suspensão semiativa e sistema para trocas sem o uso de embreagem, tanto para subir quanto para descer as marchas. Tem ainda chave presencial, que permite usar a motocicleta sem retirá-la do bolso.
Segundo a Triumph, foram mais de 100 alterações na Tiger 1200. Mas apesar da óbvia evolução do modelo, os preços não foram inflacionados. A 1200 inicia em R$ 60.090 na XR, passa pelos R$ 73.190 da XCx e chega aos R$ 83.490 da XCa. Mas essa é uma lista de preços que dificilmente vai de sustentar por muito tempo. Quando a tabela foi elaborada, o dólar estava cerca de 20% mais barato que hoje.
Impressões ao pilotar
A Tiger 1200 é a vitrine de tecnologia da Triumph. Por isso mesmo é a primeira a receber os equipamentos mais sofisticados que a marca dispõe. Mas independentemente das luzinhas piscantes, o maior valor da Tiger 1.200 é mesmo a ciclística equilibradíssima, fornecida pelo quadro em treliça extremamente rígido e as suspensões muito bem acertadas. Não por acaso, quando em movimento, a Tiger 1200 parece menor do que é. Ela é capaz de transmitir segurança para que o piloto arrisque ultrapassar um obstáculo ou se manter equilibrado em terrenos de baixa aderência.
O motor de três cilindros ganhou um pouco de potência, mas isso especificamente nem se nota. Mais perceptível é o ganho de giro mais rápido, com maior disposição para acelerar e retomar, graças à redução de peso em peças móveis internas do motor. A Tiger 1200 é feita para longos trajetos. Os bancos são grandes e confortáveis e a posição de pilotar é relativamente rebaixada, o que permite um bom apoio dos pés no chão mesmo para pilotos de estatura mediana, em torno de 1,75 m. Os comandos, computador de bordo e menus são bastante lógicos e acessíveis. Apesar de contar com muita tecnologia, a Tiger 1200 não perdeu a simplicidade.
Ficha técnica
Motor: Gasolina, quatro tempos, 1.215cm³, três cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote e injeção eletrônica e acelerador drive-by-wire.
Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por cardã e embreagem otimizadora de torque e quick-shift para passagem de marchas sem uso da embreagem. Controle de tração.
Potência máxima: 141 cv a 9.350 rpm.
Torque máximo: 12,45 kgm a 7.600 rpm.
Diâmetro e curso: 85 mm X 71,4 mm.
Taxa de compressão: 11:1.
Suspensão: Garfo telescópico invertido WP com 190 mm de curso. Traseira do tipo monochoque WP com 193 mm de curso. Ajuste eletrônico de compressão e retorno nos dois eixos.
Pneus: 120/70 R19 na frente e 170/60 R17 atrás.
Freios: Disco duplo de 305 mm e pinças radiais Brembo com quatro pistões na frente e disco simples de 240 mm e pinça deslizante com pistão duplo da Nissin na traseira. ABS comutável de série.
Chassi: Treliça em aço tubular.
Dimensões: 2,20 metros de comprimento total, 0,93 m de largura, 1,40 m de altura, 1,52 m de distância entre-eixos e 78,5 cm a 85,7 cm de altura do assento.
Peso: 253 kg.
Tanque do combustível: 20 litros.
Produção: Manaus, Brasil.
Preço: XR- R$ 60.090. XCx — R$ 73.190. XCa — R$ 83.490.