A Citroën acaba de dar um tapa no C4 Lounge, por dentro e por fora. No design, a nova versão que chega ao Brasil, produzida na fábrica argentina de El Palomar, se inspira no C4 chinês, com uma aparência menos angulosa, mais arredondada e limpa. Nada que comprometa a beleza do sedã médio, que mantém a classe. É no interior que a mudança é mais notável, com a adição de equipamentos que permitem ao condutor um maior prazer e conforto na direção. O carro está disponível em três modelos: Live – apenas para venda direta pelo site da montadora -, Feel e o topo de linha Shine.
A versão testada pela Tribuna foi a Shine, dotada de teto solar, faróis full led, acesso “mãos livres” com chave presencial, roda de 17 polegadas diamantada, câmera de ré, airbags laterais e de cortina, bancos de couro, apoio de braço central entre os assentos traseiro e dianteiros, central multimídia com tela de 7 polegadas e outras mordomias que justificam o nome Lounge. Além da sofisticação – na frente há bastante espaço para as pernas, mesmo de condutores mais altos -, a Citröen caprichou na ergonomia, o que torna a condução do C4 extremamente confortável e prazerosa. O porta-malas com capacidade para 450 litros é igualmente espaçoso.
O painel de instrumentos, com mostrador totalmente em LCD, tem velocímetro digital e demais indicadores em barras: conta-giros, marcador de combustível e o Eco-coaching, uma ajuda e tanto para aqueles motoristas que têm o pé pesado. As barrinhas de led vão acendendo à medida que aumenta o consumo, mostrando se o carro está bebendo mais ou menos combustível – o motor é flex para gasolina e etanol. A central multimídia, incrustada em um painel de visual bastante austero, tem GPS e conexão com celular – via bluetooth ou cabo, preparada para Mirror Link, Apple CarPlay ou Android Auto.
O conjunto ótico, forte de vários modelos da Citröen, mantém o padrão sofisticado mesmo com a pegada mais arredondada do novo C4 Lounge. Na versão testada pela Tribuna, o sistema de iluminação é full led (nos modelos Feel e Live, as lâmpadas são halógenas), inclusive para as luzes diurnas, com sensores de acendimento automático de faróis. Na traseira, as mudanças foram mais discretas: permanecem o formato externo das lanternas e o uso de led, mas os desenhos internos foram redesenvolvidos. Surpreende negativamente apenas o fato de nenhuma das versões possuir sensor de ré.
Turbo, econômico e esportivo
Ainda que tenha predicados de conforto, tecnologia e conectividade, é na direção que o C4 Lounge faz mais bonito. O respeitabilíssimo motor turbo THP 1.6 é um senhor propulsor. Uma esticadinha na BR-040 leva o condutor à tentação de afundar mais e mais o pé, no que é atendido prontamente pelos 165/173 cv (gasolina/etanol). O torque de 24,5 kgfm empurra o carro de zero a 100 km/h em 8,9/9,2 segundos com etanol/gasolina. A velocidade máxima prometida (e que não testamos) é de 214km/h. A força do THP (Turbo High Pressure) confere muita segurança nas ultrapassagens e retomadas. Nas curvas, os controles de estabilidade e tração garantem equilíbrio e conforto.
O câmbio automático de seis velocidades – que pode ser alterado para o manual – opera em dois modos: econômico e esportivo. E não é firula da montadora, porque a diferença entre um e outro é sensível. No modo econômico, as transições e retomadas são mais suaves, o que resulta também na economia de combustível. Segundo o Inmetro, o C4 Lounge faz 7,1/10,5 quilômetros por litro na cidade, e 9,0/13,2 na estrada, com etanol/gasolina. O desempenho rende nota A na categoria e B no geral, segundo o instituto. Agora, se o motorista for mais afeito à emoção e não liga tanto para o custo, o modo esportivo pode ser bem divertido. Com o motor “reduzido”, as retomadas ficam mais agressivas e o ronco do motor até vence o bom isolamento acústico do habitáculo.
Sofisticação de linha
Mesmo a versão de entrada do C4 é bastante sofisticada. Comercializada a R$ 69.990, ela traz de série rodas de alumínio aro 16, central multimídia, ar-condicionado automático bi-zona (o carona pode optar por temperatura diferente do motorista, e há saídas para os bancos traseiros), faróis de neblina dianteiros com iluminação lateral em curvas, computador de bordo, alarme, trio elétrico, controle de estabilidade e tração e o sempre bem-vindo assistente de partida em rampa, especialmente em uma cidade “morrada” como Juiz de Fora. A versão Feel, com rodas aro 17, câmera de ré, GPS, sensor de chuva e luminosidade, bancos de couro e airbags laterais custa R$ 93.920, e a Shine, R$ 102.790.