Por Alejandro Konstantonis, do Autocosmos.com, exclusivo para Auto Press
A primeira Honda Odyssey apareceu em 1994, quando o modelo chegou aos Estados Unidos. Com conceito de veículo familiar, desenvolvido sobre a plataforma de um sedã – nesse caso, o Accord -, a Odyssey veio com a mesma motorização do três volumes, mas com enfoque na comodidade, luxo e ergonomia que, até então, o mercado não conhecia. Rapidamente, a minivan caiu no gosto dos consumidores e passou a ser vista com frequência nas ruas norte-americanas. Agora, 23 anos depois, em sua mais nova geração, ela traz visual bastante parecido com o que já carregava no modelo 2017, mas com uma plataforma completamente renovada.
Sem dúvidas, a nova Odyssey é pensado quem vai passar muito tempo dentro do carro. A qualidade dos materiais é interessante e a quantidade de funções que oferece impressiona. No quadro de instrumentos, que agora é completamente virtual, no lugar dos instrumentos com ponteiros, o modelo tem uma tela TFT (sigla para “Thin Film Transistor”, ou “Transistor de Película”, em português) de sete polegadas onde, além de exibir a velocidade em que se circula, mostra também informações do navegador, do sistema de som, chamadas e informações do remetente da ligação – tudo pensado para o condutor se distrair o menos possível do caminho.
Já a tela central de oito polegadas, colocada no centro do cluster, se une com o console e permite controlar e monitorar praticamente todo o carro e o smartphone conectado ao sistema. Uma das funções dessa central é o “Cabin Watch”, que permite que o condutor observe tudo o que se passa na segunda e terceira fileira de assentos. Além disso, esse recurso ainda conta com a possibilidade de usar o sistema de alto-falantes para que o motorista possa falar com todos os ocupantes do carro – função “Cabin Talk”.
A segunda fileira de assentos pode ser configurada para dois ou três passageiros. O banco central é removível e, nesse caso, deixa um amplo espaço entre as poltronas individuais dos cantos. Os passageiros dessa fileira têm à sua disposição uma tela de nove polegadas presa ao teto que exibe filmes em DVD e Blue Ray, com controle remoto e um par de fones de ouvido. Esses fones são interligados ao sistema “Cabin Talk”, de forma que, se o motorista quiser falar com os ocupantes, quem estiver com o acessório nos ouvidos também escuta o que é dito. Além disso, há também portas USB e uma entrada HDMI que permite conexão com videogames.
Na terceira fileira de assentos, há muita comodidade e funcionalismo. Há portas USB e um controle de volume para o sistema “Cabin Talk”. O sistema Magic Slide da segunda fileira torna o acesso a essa zona bastante fácil.
Sob o capô, tem um V6 de 3.5 litros SOHC com 24 válvulas e tecnologia i-VTEC. Esse motor entrega 280 cv de potência aos 6 mil rpm e um torque de 36,22 kgfm na casa das 4.700 rotações. Outra inovação é a transmissão automática de 10 velocidades, com paletas no volante, que envia a força de tração ao eixo dianteiro e tem uma capacidade de reboque superior a uma tonelada e meia. A suspensão é do tipo McPherson na frente e multibraço atrás e as rodas são de 18 polegadas com pneus 235/60. As dimensões são 5,16 metros de comprimento, 2,1 m de largura, 1,76 m de altura e exatamente três metros de entre-eixos.
Outra das virtudes do Honda Odyssey é a ampla área de carga, tanto com as três fileiras funcionais ou com a terceira oculta. A capacidade de carga é de 929 litros com as três fileiras em funcionamento. Com a última fileira de bancos rebatida, esse número sobe para os 2.465 litros e, caso a segunda fileira também seja rebatida, a litragem chega a impressionantes 3.973 litros. O Odyssey pesa 2.086 kg e oferece ABS, nove airbags e assistências como controle de estabilidade e tração, sensor de ponto cego e câmara de ré.
Nos Estados Unidos, o novo Odyssey começa sua tabela de preços nos US$ 29.990 na versão de entrada LX (cerca de R$ 95 mil); passa pelos US$ 44.510 na versão Touring (quase R$ 141 mil); e chega aos US$ 46.670 na versão de topo Elite (aproximadamente R$ 147.600). (Colaboração de Victor Alves/Auto Press)
Inusitadamente comum
Para começar o trajeto com o novo Odyssey, não é preciso acionar uma alavanca, mas sim pressionar uma tecla (sistema herdado da Acura, marca de luxo da Honda). Trata-se de um veículo com grandes dimensões, e graças aos retrovisores externos, é possível se acostumar rápido com o tamanho. A visibilidade é boa e a agilidade das respostas surpreende, já que o torque de 36,22 kgfm entrega reações imediatas.
Dirigir o Odyssey é como dirigir um carro compacto comum, já que suas quase duas toneladas são imperceptíveis e favorecem bastante o centro de gravidade – o modelo faz curvas de forma bastante agressiva, ainda que não seja um carro com pretensão esportiva. Graças à caixa de 10 velocidades, o consumo é aceitável para o tamanho e peso do carro, mas o condutor precisa “maneirar” o pé no acelerador se quiser aproveitar melhor os quase 75 litros do tanque de combustível.