A japonesa Subaru quer cristalizar no Brasil a boa imagem que desfruta no resto do mundo. Mas ainda tem muito trabalho a fazer. Tanto que,até hoje, depois de mais de 20 anos no país, ainda há quem se surpreenda com o fato de a marca não ser coreana. Pouco a pouco, isso vem sendo mudado. Principalmente por causa da qualidade construtiva, exposta em certas peculiaridades dos carros da marca. Seus modelos têm sempre tração integral, são animados por motores boxer e pensados para oferecer um equilíbrio dinâmico impecável, com 25% do peso apoiado em cada uma das quatro rodas – o que justifica o slogan “symmetrical all wheel drive” ou tração integral simétrica. Esses predicados podem seduzir engenheiros e quase pilotos, mas não têm grande efeito sobre consumidores em geral. Daí a marca ter decidido investir em um desenho mais moderno e palatável. Os novos Legacy e Outback, que chegam agora ao Brasil, foram os primeiros modelos da marca a exibir o novo “family face”.
Para começar, a grossa barra cromada que cruzava a grade dianteira e sustentava o emblema da marca foi abandonada. A nova grade tem formato hexagonal e é cortada por três frisos cromados, enquanto os faróis têm linhas recortadas e trazem uma assinatura em led que contorna a parte externa. Não chega a ser uma composição muito original, mas certamente causa menos estranhamento que as linhas anteriores. A ideia do representante da marca no Brasil, o Grupo Caoa, é colocar os dois para brigar com os modelos de entrada de marcas premium. Para o confronto, os carros da Subaru oferecem algumas vantagens. Os preços – R$ 152.900 para o Legacy e R$ 159.900 para o Outback -, os alinham com versões intermediárias de sedãs como Audi A3 e Mercedes-Benz CLA e crossovers como Audi Q3, Mercedes-Benz GLA e BMW X1, só que os modelos japoneses têm porte de um segmento superior, com 4,80 metros e 4,82m de comprimento, respectivamente.
Outro ponto que deixa os modelos Subaru em vantagem é a motorização, bem mais forte. Trata-se de um propulsor 3.6 litros boxer de seis cilindros com 256cv. Ele é sempre gerenciado por um câmbio CVT com seis relações predefinidas, com mudanças em espátulas no volante. O propulsor é instalado sobre o eixo dianteiro e, como é deitado, rebaixa o centro de gravidade do veículo, o que melhora a estabilidade. Outros recursos buscam reforçar o equilíbrio dos modelos e aumentar a esportividade. Um deles é o chamado Intelligent Drive, que oferece três modos de condução: Intelligent para econômico, Sport e Sport Sharp, que deixa os modelos mais aptos à tocada mais agressiva. Há também o Active Torque Vectoring, um sistema de controle direcional que aplica uma leve pressão no freio da roda dianteira interna nas curvas para reduzir o subesterço e melhorar a resposta à direção.
Os dois modelos dividem a mesma plataforma. Na verdade, o Outback foi criado a partir da segunda geração do Legacy em 1994. Esta é a sexta geração do sedã e a quinta do crossover – na mesma plataforma, há ainda uma versão station, que não está sendo importada para o Brasil. Além da plataforma, os dois modelos compartilham o mesmo interior. O conteúdo segue a mesma lógica. Legacy e Outback chegam em versão única, que é a top 3.6R Limited. Ela vem com ar digital de duas zonas, revestimento em couro, chave presencial para travas e ignição, bancos dianteiros com ajustes elétricos, sistema multimídia com tela touch de sete polegadas, sistemas de controle dinâmico, que conjuga controles de tração e de estabilidade, sistema de som Harman/Kardon, sete airbags, faróis de xenônio, câmera de ré, teto solar e rodas aro 18. Isso além de itens obrigatórios como faróis de neblina, vidros e espelhos elétricos e controle de cruzeiro. Com este nível de equipamentos, a Subaru quer que os modelos ajudem a marca a alcançar as 1.600 unidades este ano, ou 40% a mais que as 1.126 de 2014.