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Manutenção periódica é a palavra de ordem

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Há quem diga que manter um carro é como ter um filho. Pelo menos com relação aos gastos, esta comparação pode fazer sentido. É bem verdade que veículo novo dificilmente resulta em problemas e transtornos, mas esta não é uma realidade nos modelos seminovos. De um modo geral, carros com mais de 50 mil quilômetros percorridos devem ser tratados com mais atenção e cuidado, o que nem sempre acontece. E quando as revisões periódicas são negligenciadas, os custos de recuperação podem se tornar bastante elevados.

Nem todos são obrigados a entender o mínimo de mecânica, mas quem possui automóveis deve saber, ao menos, sobre o funcionamento básico da máquina. Isso porque os problemas que resultam em custos mais elevados são variados, e podem estar relacionados a mecanismos elétricos, hidráulicos e do motor. Este último, aliás, requer atenção especial, pois um procedimento de recuperação da peça, chamada de retífica, pode ultrapassar os R$ 4 mil.

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É o que explica o mecânico Eduardo Terr, um dos proprietários da Oficina Redentor, inaugurada na década de 1970 em Juiz de Fora. “A partir dos 50 mil quilômetros os problemas que surgem são mais sérios, e podem vir de várias formas. Por isso, é importante fazer a manutenção e verificar itens como a correia dentada, os sistema de refrigeração e injeção, além do rolamento das rodas e a condição da embreagem.”

Sistema de correias é um dos itens que devem ser avaliados durante as revisões veiculares (Foto: Olavo Prazeres)

A frase é clichê, mas representa uma verdade. Sem o motor, a máquina não sai do lugar. Além da troca de óleo periódica, que deve ser feita conforme a especificação do manual de cada modelo, o motor deve passar por outras checagens constantes.
Atrelado a ele, está o sistema de arrefecimento, que o mantém dentro da temperatura ideal de operação. Para funcionar corretamente, se faz necessário checar, durante as revisões programadas, peças como radiador, ventoinha, bomba d’água, válvula termostática, reservatório e mangueiras.

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E se engana quem acha que é o veículo conservado na garagem, com baixa quilometragem, está tão saudável como um 0km. Toda máquina é feita para estar em operação. Quando muito tempo parados, os sistemas que precisam de lubrificação podem ser danificados. Além do motor, a baixa rodagem pode resultar em transtornos no sistema de freios, o que torna a dirigibilidade perigosa.

Segundo Eduardo, antes de causar um superaquecimento e o motor parar de funcionar, alguns indícios são apresentados. Entre os mais comuns estão o marcador de temperatura no painel, vazamentos que surgem no chão, observados embaixo do capô, e constante perda de água no reservatório, o que não deveria acontecer.

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“O aquecimento é um dos fatores mais preocupantes, e as consequências da falta de cuidado são sérias”, disse, confirmando que a retífica de um cabeçote, além da mão de obra, pode custar cerca de R$ 800. Entretanto, quando o aquecimento danifica os pistões do motor, a retífica pode chegar até a R$ 4 mil. “Certa vez atendi a um carro na oficina que, de tão aquecido, as partes plásticas onde ficam as correias derreteram.”

A luz indicadora do óleo também deve despertar a atenção dos proprietários de veículos. Por esta razão, a substituição do fluído deve ser feita conforme o manual. Além disso, periodicamente – e sempre antes de viagens – é recomendado verificar o nível apresentado na paleta. “Se a luz acende, nem adianta seguir até um posto mais próximo. É preciso parar imediatamente e buscar socorro mecânico, para evitar danos ao motor.”

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A bateria não é eterna. Em média, esta peça mantém bom desempenho entre dois e cinco anos, conforme o modelo e a demanda de utilização de cada carro. Para manter a carga, outro equipamento, chamado de alternador, precisa estar em funcionamento adequado. É ele que vai transformar a energia gerada no funcionamento do motor em carga de armazenamento da bateria. Aliás, para isso, a correia do alternador também deve funcionar adequadamente.

Pode parecer confuso, mas em se tratamento de carro, os sistemas funcionam em cadeia. Quando um vai mal, outro pode ser prejudicado. Por esta razão, as revisões devem ser feitas constantemente, seguindo o manual do veículo, que Eduardo associa a uma bula de remédio.
“Ninguém deve se medicar antes de ler a bula. O carro deve ser encarado da mesma forma, e todas as exigências previstas necessitam ser respeitadas. Nós, como reparadores automotivos, sabemos que, em muitos casos, se o proprietário tiver que substituir todas as peças gastas, ele acaba desistindo. Por isso é importante seguir as orientações e criar uma rotina para conferir e substituir peças de forma gradativa, para não sair muito caro.”

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