De todos os tipos de veículos, os conversíveis certamente estão entre os que mais exploram o aspecto lúdico como marketing. Se a experiência de acelerar por ruas e estradas com os cabelos ao vento sempre evoca velhas lembranças das brincadeiras de criança, os engenhosos mecanismos de ativação das capotas retráteis inexoravelmente remetem ao “Batmóvel” e aos brinquedos infantis. Os próprios profissionais de marketing automotivo observam que os conversíveis são a opção preferencial dos adultos que têm um “lado criança” exacerbado. Ciente dessa especificidade, a marca inglesa Mini caprichou no aspecto lúdico da nova geração do Cabrio, lançado na Europa em fevereiro deste ano e que acaba de chegar ao Brasil. Disponível aqui apenas na versão Cooper S Cabrio, o modelo tem preço sugerido de R$ 164.950.
Mais encorpado, o novo Mini Cabrio tem 3,85 metros de comprimento, 1,72 m de largura e 1,41 m altura – está 98 mm mais longo, 44 mm mais largo, e um imperceptível milímetro mais alto em relação ao modelo anterior. Já o entre-eixos avançou 28 mm. Em termos estéticos, tudo parece ter sido meticulosamente estudado para fazer aflorar nos ocupantes um gostoso saudosismo dos tempos da infância. O design remete a outros modelos da linha Mini, como as carrocerias hatch e Clubman.
Visto de frente, o Mini Cabrio poderia ser perfeitamente confundido com um personagem do desenho animado “Carros”, da Disney. O jeito “toon” de ser é reforçado pelos grandes faróis redondos com inéditas luzes “full led” – o conjunto parece bastante um par de olhos arregalados. A ampla grade em formato trapezoidal e moldura cromada, dividida por um friso horizontal, remete a uma boca e a pequena entrada de ar sobre o capô “faz a função” de nariz. Já a capota retrátil – que, no modelo avaliado, vinha com um opcional denominado Yours Union Jack, com o desenho da bandeira britânica – mais parece um bonezinho do “personagem” Cabrio. Na traseira, o aspecto “mignon” e de volumes arredondados, com arestas, reforça o “toy style”. Mas as ponteiras de escapamento duplas ajudam a lembrar a “pegada” esportiva.
Quando o motorista abre a porta, a marca da Mini aparece projetada no chão – não dá para deixar de lembrar do sinal luminoso projetado nos céus de Gothan City para chamar o Batman. Dentro do habitáculo, o conversível também segue o padrão de design dos outros integrantes da linha. Ou seja, os círculos – a começar pela versão alada que é a própria logomarca da empresa – se proliferam a bordo. Eles aparecem de todos os jeitos e em todos os lugares: volante, buzina, cluster comandos do volante, mostradores, botões, seletores, base do câmbio. Um dos mais criativos é o “circulo interativo” que a marca chama de Mini Excitment – um anel de leds que contorna a tela de LCD de 8,8″ de alta definição do sistema de entretenimento e navegação. O sistema “reage” aos comandos do motorista e o anel muda de cor. Se o motorista aciona o modo esportivo, o círculo fica vermelho e “simula” o movimento do ponteiro de um conta-giros. Ao ser acionado o ar condicionado, o círculo torna-se azul. E assim por diante, dentro de múltiplas variedades cromáticas. O head-up display exibe – junto à parte baixa do parabrisas, em frente ao volante – dados como velocidade, nível de combustível, temperatura externa, além de informações do navegador GPS. E o sistema de som é um Harman/Kardon com 12 alto-falantes e 410 watts de potência.
Embora as referências ao imaginário infantil permeiem o design, o novo Mini Cabrio quer ser levado a sério. Por isso, investiu no aprimoramento do “powertrain”. O novo motor 2.0 de quatro cilindros TwinPower Turbo atinge 192 cv a 5 mil rpm e 28,5 kgfm – entre 1.250 e 4.600 rpm. Está associado a uma transmissão automática Steptronic de seis marchas, que permite trocas por meio de paddle shifts posicionados atrás do volante. Sobrealimentado, o motor incorpora injeção direta de combustível, com injetores em posição central, controle de comando de válvulas variável e sistema de variação do tempo de abertura das válvulas. O câmbio conta ainda com a função Launch Control, para otimizar a aceleração e a tração no momento da partida. Segundo a Mini, o conversível atinge a velocidade máxima de 228 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 7,1 segundos. Através dos Driving Modes, é possível optar entre três tipos de condução – Green (econômico), Sport (esportivo) e Mid (balanceado).
Mas a “estrela da companhia” de qualquer conversível é sempre o teto retrátil. O do mais novo Mini é revestido de tecido e recebeu melhorias para garantir maior isolamento térmico e acústico em comparação ao antecessor. Seu acionamento é feito por um mecanismo capaz de abrir ou fechar totalmente a capota em apenas 18 segundos, em velocidades de até 30 km/h. Há ainda a opção de abrir apenas a seção frontal da capota – o que funciona como se fosse um amplo teto solar. Isso pode ser feito com o veículo a qualquer velocidade.
O novo Cabrio vem equipado ainda com um sistema de proteção de capotamento – assim que os sensores detectam um risco de o carro tombar, duas barras de alumínio de alta resistência, posicionadas atrás dos bancos traseiros, se elevam instantaneamente para proteger a cabeça dos ocupantes. Também são de série itens como direção assistida Servotronic, controles dinâmicos de estabilidade e tração, controles de velocidade de cruzeiro, suspensão adaptativa, câmara de ré, sensores de estacionamento traseiro, de chuva e crepuscular. Ou seja, a proposta do Cooper S Cabrio é evocar o “lado criança”, mas com tecnologias de gente grande.