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Associação auxilia empresas na recuperação ambiental

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Já fazem quase três décadas desde que o engenheiro agrônomo Theodoro Guerra decidiu se encarregar de uma missão mais que especial: projetar uma visão sócio-ambiental sobre o cotidiano de diversos juiz-foranos. Tudo começou de fato no ano de 1996, quando o mestre em ecologia, acompanhado de dois sócios, decidiu fundar a Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (AmaJF), localizada em um terreno próximo à BR-040, no Bairro São Pedro. Desde então, a organização sem fins lucrativos, que é considerada de utilidade pública ao município por um decreto publicado em 1998, já realizou inúmeros projetos de reflorestamento na região, além de também contribuir ativamente na educação ambiental de diversas crianças e adolescentes, em parcerias com instituições de ensino públicas e privadas.

“Quando nós voltamos para Juiz de Fora, há 26 anos, a ideia era realmente criar aqui na cidade uma visão ecológica e ambiental, de maneira a transformar as próximas gerações. Inclusive, no início, a intenção era até mesmo contribuir com alguma associação que já realizasse esse trabalho aqui, mas procuramos e não encontramos nenhuma. Daí surgiu a ideia de fundar a AmaJF, que tem sua sede atual em um sítio que pertencia à nossa família”, afirmou Guerra em entrevista à Tribuna. Ainda no ano seguinte à inauguração do local, em 1997, a associação também criou um viveiro de mudas com grande variedade de espécies. A capacidade de produção do local, de acordo com o coordenador de projetos de associação, é de aproximadamente 100 mil mudas por ano.

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Mais recentemente, algumas mudas criadas pela associação cruzaram o caminho do empresário Raphael Reis. Proprietário da empresa Mago da Redação, que auxilia estudantes de concursos a obterem melhores resultados em provas discursivas, Reis decidiu celebrar uma parceria com a AmaJF para a realização de um projeto de recuperação ambiental. Sua empresa custeou o plantio de cem mudas, de 25 espécies diferentes de árvores nativas, em um terreno localizado no Bairro Igrejinha, Zona Norte, próximo à bacia do Ribeirão Espírito Santo. O processo, que beneficia a biodiversidade e manutenção da qualidade hídrica do manancial próximo ao local, é geralmente demandado por empresas que buscam compensar suas emissões de carbono.

O que chama a atenção, entretanto, é que a empresa de Reis praticamente não produz nenhum tipo de poluição direta em suas atividades. “De fato, a nossa empresa não gera nenhum tipo de poluição, porque os nossos procedimentos são totalmente informatizados. Quando nós criamos a Mago da Redação, em 2021, decidimos que também gostaríamos de ter um compromisso com o plano social. Desta forma, a cada curso vendido em nosso site, nós doamos R$ 1 para projetos sociais e ambientais. Já chegamos a realizar doações para algumas associações beneficentes da cidade, mas na perspectiva ambiental, só tínhamos contribuído com o plantio de árvores com uma empresa de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo. Daí, no final de 2022, a gente se perguntou: porque não realizar essa ação aqui em Juiz de Fora? E foi nesse momento que descobrimos o trabalho da AmaJF e decidimos realizar a parceria”, rememora Reis.

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Theodoro Guerra, fundador da AmaJF, entre os professores de redação Waldyr Imbroisi e Rafael Reis (Foto: Divulgação AmaJF)

Monitoramento de áreas recuperadas é primordial

O trabalho da AmaJF não se limita à atividade prática da produção e do plantio das mudas de árvores. De acordo com Guerra, o processo relacionado à recuperação de determinado ambiente começa muito antes da procura de um parceiro, que geralmente está diretamente interessado em custear e participar de todo o processo. “Para determinar em quais áreas nós iremos realizar esses procedimentos de recuperação, nós contamos com um banco de terrenos que já passaram por uma análise técnica de sua aptidão para tal. Geralmente eles são disponibilizados por pessoas que desejam reflorestar uma área, mas que não possuem recursos para tal. No momento, são mais de cem localidades dispostas em áreas urbanas, rurais e de preservação ambiental aqui na região”, detalha.

Além disso, após o plantio das mudas, a associação também continua monitorando o crescimento dos brotos por cerca de três anos, por meio de técnicas de georreferenciamento e um acompanhamento técnico no local do plantio. “Toda muda que é plantada recebe um número de identificação, que nos permite saber qual é aquela espécie e quando ela foi plantada. Durante três anos, de seis em seis meses, nós continuamos analisando o desenvolvimento das árvores por meio de seu crescimento e do formato de sua copa. Além disso, também verificamos se há ataques de insetos e fazemos o controle de gramíneas no terreno, para que não haja competição entre os nutrientes presentes no solo. Isso tudo permite que elas continuem crescendo adequadamente no futuro”, explica Guerra.

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Associação realiza trabalhos corretivos e preventivos

Além do trabalho corretivo, realizado por meio das parcerias realizadas com empresas, ou pessoas que desejem participar de projetos de recuperação ambiental, a associação também realiza um trabalho preventivo: ensinar para as próximas gerações a importância da preservação do meio ambiente. “A ideia de criar a AmaJF era de também realizar essa parte dedicada à educação ambiental. Desde então, nós contamos com um Centro de Educação Ambiental em nossa sede, que já recebeu diversas turmas de ensino fundamental e médio nos últimos anos. Da mesma maneira que as empresas contribuem financeiramente com o plantio das mudas, nós também recebemos apoio de organizações de maneira a custear, por exemplo, um lanche e o transporte para que alunos de colégios da rede pública visitem nossa associação”, afirma Guerra.

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Raphael Reis, proprietário da empresa Mago da Redação, financiou a plantação de cem mudas (Foto: Divulgação AmaJF)
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