Arrecadar, lavar, passar, embalar, doar. Há cerca de cinco meses, essas têm sido novas atividades de jovens universitários, que criaram o projeto Dona Cegonha, iniciativa que visa a arrecadar enxovais de bebê para recém-nascidos carentes em Juiz de Fora. O projeto surgiu após uma conversa em uma república na Rua Padre Café, em São Mateus. “Sempre quisemos fazer alguma coisa, mas que pudesse ser simples, de preferência, relacionado a mulheres”, explica Mariana Martins, 23 anos, aluna do curso de engenharia de produção, uma das mentoras da ideia. “Em abril, logo no retorno às aulas na UFJF, acabamos colocando a ideia em prática.”
De lá para cá, em meio a provas, trabalhos e outras atividades acadêmicas, o grupo conseguiu montar sete enxovais completos, além de arrecadar móveis e itens de higiene. “Juntamos roupinhas, banheira, fralda, talco e até berço e carrinho”, enumera Mariana. As entregas têm sido feitas através da Associação Mão Amiga, que seleciona as famílias beneficiadas. Conforme os estudantes, uma das dificuldades nestes primeiros meses de iniciativa é chegar até as mães que precisam do gesto de carinho. “Somos seis pessoas envolvidas e quatro de nós não somos de Juiz de Fora. Então ainda temos essa dificuldade em achar as pessoas certas, que de fato precisam receber as doações”, explica Mariana. Além de Mariana, o Dona Cegonha é composto pela estudante de Engenharia Civil Natália Resende, pela futura engenheira ambiental Mariane Ribeiro, por Thairine Vecchi, que cursa medicina, além dos jovens Lucas Alves, da engenharia ambiental, e Gabriela Carvalho, docente das ciências sociais.
Você pode fazer parte
Para os próximos meses, o objetivo é proporcionar, no mínimo, duas doações a cada mês. Para isso, além de buscar formalizar parcerias com outras instituições da cidade, os universitários pretendem aumentar o volume de materiais recebidos. Para isso, o grupo oferece também uma vaquinha on-line, onde interessados em contribuir com o projeto podem ajudar também financeiramente. Os links de cada campanha de arrecadação é disponibilizado na FanPage Dona Cegonha JF.
“Além das roupinhas, há itens muito básicos que podem ser oferecidos, como algodão, talco, lenços umedecidos. Quem sabe alguma farmácia não toparia fazer uma parceria com a gente?”, almeja Mariana. Ela também cita a dificuldade na logística dos donativos. “Por não termos carro, e por alguns itens serem bem difíceis de serem transportados, como berço e carrinho, ainda pretendemos ajustar este ponto. Já chegamos a ir fazer doações de ônibus”.
Segundo a jovem, o retorno ao gesto de carinho, no entanto, compensa todo o sacrifício. “As entregas são incríveis. Uma das mães acabou levando o bebezinho dela para gente ver numa doação seguinte que fizemos. Normalmente, acabamos criando um contato com elas”, diz emocionada. E, através desta troca de afeto, o Dona Cegonha pretende ampliar horizontes. “Conhecemos um projeto parecido na Bahia em que há também apoio médico e de assistência social. Ainda não temos estrutura para isso, mas sonhamos em aumentar o leque de serviços”, revela.
Todos os contatos de interessados em contribuir com o Dona Cegonha podem ser feitos pela internet, por inbox da página do grupo, que também disponibiliza uma caixa coletora próximo ao Restaurante Universitário (RU) da UFJF.