O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participaram de debate na TV Bandeirantes na noite deste domingo (16). Após o encontro, os candidatos à Presidência fizeram uma breve análise sobre o debate, o primeiro do segundo turno das eleições 2022.
Bolsonaro deixou o debate acompanhado pelo senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR). A jornalistas, os dois disseram ter mais convergências do que divergências. O ex-juiz da Lava Jato deixou o cargo de ministro da Justiça de Bolsonaro acusando o presidente de interferência na Polícia Federal.
“Tivemos divergências, mas nossas convergências são muito maiores. Temos um projeto de Brasil”, afirmou Bolsonaro. De acordo com o chefe do Executivo, Moro poderia falar por ele sobre as declarações do rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no debate sobre corrupção. “Moro tem conhecimento profundo de como foi corrupção no Brasil”, declarou o candidato à reeleição.
Moro afirmou que Lula “não conseguiu responder” perguntas importantes e mentiu ao dizer que os diretores da Petrobras envolvidos em corrupção não teriam sido indicados pela Presidência da República. O ex-juiz também negou a intenção de integrar o Executivo novamente caso Bolsonaro seja reeleito.
Já Lula avaliou que o enfrentamento foi positivo pela flexibilidade oferecida pela organização, mas lamentou a postura do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição e seu adversário. “O problema é que o Bolsonaro continua mentindo as mesmas coisas, é Venezuela, Nicarágua. Todo mundo sabe que é mentira, mas ele continua”, declarou Lula na saída da TV Bandeirantes.
O petista mostrou confiança de que ganhou votos no debate. “Estou convencido que vamos ganhar muitos votos, porque eu disse o que era preciso dizer para o povo. Faltou coisa para dizer, mas aquilo que era essencial, de falar em defesa do povo pobre.. Eu perguntei duas vezes sobre salário mínimo, ele não responde, perguntei sobre educação, não responde. Porque [Bolsonaro] não discute esse tema, ele vive de mentiras”, acrescentou o candidato.
Lula, porém, lamentou que as altercações entre ele e Bolsonaro não tenham focado mais a discussão sobre a economia do país. “Lamentavelmente não houve muita pergunta para debater economia, e mesmo no tempo livre não discutimos economia”, disse a jornalistas.
O petista também defendeu o modelo do debate, em que os dois candidatos puderam andar livremente. “Espero que todas as eleições tenham debate desse nível porque permite que as pessoas possam ter mais flexibilidade, tempo e oportunidade de falar com os eleitores”, disse o ex-presidente.