Três candidatos ao Governo de Minas tiveram o dia dedicado a sabatinas de veículos de imprensa estaduais e nacionais nesta segunda-feira (5). Carlos Viana (PL) abriu a série de entrevistas feita pela CNN Brasil, quando tentou se reafirmar como o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado. Já Alexandre Kalil (PSD) falou à Rádio CBN e aos jornais O Globo e Valor Econômico e voltou a pontuar seu distanciamento do ex-governador Fernando Pimentel (PT). Por sua vez, Romeu Zema (Novo) defendeu a política de concessão de rodovias estaduais, em entrevista ao G1 Sul de Minas
Carlos Viana
O senador Carlos Viana afirmou que, caso sua candidatura não avance para o segundo turno da disputa estadual, o presidente Jair Bolsonaro pode ficar sem um palanque em Minas Gerais caso as eleições presidenciais não sejam definidas em primeiro turno. A fala foi feita em tom de crítica direta ao Partido Novo, legenda do governador Romeu Zema (Novo), que é candidato à reeleição.
Segundo Viana, o Novo “não quis dar apoio a Bolsonaro, apesar de o atual governador ter sido muito ajudado pelo presidente”. O senador disse ainda que o Novo é “um grupo de milionários”. “Eu acredito que vai ficar sem palanque, porque não há da parte do Partido Novo nenhum desejo de apoiar o presidente da República”, afirmou.
Até aqui, Viana tem aparecido na terceira colocação nas principais pesquisas de intenção de voto, atrás de Zema e do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). Ainda assim, o senador acredita que há tempo e margem para avançar nas intenções de voto e chegar ao segundo turno na disputa pelo Governo de Minas. “O grupo de Bolsonaro, que é um grupo muito disperso em todos os lugares, não é um grupo que aparece em pesquisas, não é um grupo que gosta de se manifestar”, avaliou. Neste sentido, Viana acredita que ainda pode conquistar o apoio desta fatia do eleitorado. “Esse grupo se mantém em silêncio e pode seguir para o atual governador, o que eu não acredito, como pode seguir para mim.”
Alexandre Kalil
Candidato ao governo de Minas pelo PSD, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil defendeu um maior protagonismo de Minas nas discussões nacionais. “Minas Gerais já foi um estado pujante. Minas Gerais já teve investimento de R$ 2 bilhões por ano para manutenção de estradas, e agora tem R$ 300 milhões”, disse.
Como tem sido recorrente, Kalil criticou o governador Romeu Zema. Para Kalil, Zema “só fala do PT e de Pimentel”, em alusão ao ex-governador Fernando Pimentel (PT). Em suas falas, o ex-prefeito pontuou que seu projeto está alinhado com o “PT de Lula”, citando diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta retornar ao Palácio do Planalto.
“O marqueteiro eleitoral do governador, ele parece que ele só fala do PT do Pimentel, do PT do Pimentel, ele esquece que existiu o PT do presidente Lula. Ele esquece que o PT do presidente Lula, que é o PT que eu fui chamado para conversar lá em São Paulo, no Instituto Lula, enquanto ainda prefeito de Belo Horizonte, quando ainda se ventilava minha candidatura, foi uma administração extremamente espetacular.”
Kalil pede que seja avaliado o seu Governo à frente da Prefeitura de Belo Horizonte. O candidato do PSD voltou a afirmar que a chance do ex-governador Fernando Pimentel participar de sua gestão é zero. “Não! Não vai participar do meu governo”, disse, afirmando que a negativa se estendia a integrantes da gestão de Pimentel.
Romeu Zema
Candidato à reeleição, Romeu Zema defendeu a política de concessões de rodovias estaduais à iniciativa privada. A iniciativa vem sendo realizada no âmbito do Programa de Concessões Rodoviárias, que já conta com sete lotes e mais de três mil quilômetros envolvidos em várias regiões do estado. “Nós somos um estado numa situação financeira deplorável. E, através destas concessões, nós teremos condições de termos rodovias muito mais seguras, com a manutenção do usuário muito menor”, disse o candidato.
No mesmo tom, o governador manifestou o entendimento de que é possível, no longo prazo, defender a isenção de IPVA em Minas Gerais, em consonância com o programa de privatização das estradas, de forma com que os motoristas contribuam apenas quando usarem as estradas de fato.
“Hoje nós temos aquela senhora idosa que tem um carro, e que pouca usa o carro, às vezes para ir ver o filho, para ir ao supermercado, e paga um absurdo de IPVA. Neste ano, eu já congelei o IPVA. Então passará a ter o custo de pedágio só quem usa a estrada, e não a idosa que fica dentro da cidade e que gasta hoje muito com o IPVA. Na minha opinião, é um uso muito mais justo do que você cobrar de todo mundo, inclusive de quem fica doente e nem tira o carro da garagem”, afirmou o candidato.