Alguns candidatos a deputado estadual e federal por Minas Gerais pelo PSD têm externado insatisfação com o repasse de recursos partidários para a realização de suas campanhas. Conforme noticiado pelo Jornal O Tempo, este grupo se organiza para questionar o diretório estadual da sigla. Até aqui, a reportagem identificou pelo menos duas candidaturas do PSD com domicílio eleitoral em Juiz de Fora: a do vereador Nilton Militão, que busca uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG); e a de Betinho Cardoso, candidato a deputado federal. Até o fim da tarde desta sexta-feira (2), nenhum dos dois postulantes haviam recebido repasses partidários, conforme consta no sistema de divulgação das candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Enquanto alguns candidatos aguardam pelo acesso a recursos partidários, o PSD já fez um aporte de R$ 16 milhões para a candidatura ao Governo de Minas do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que tem a segunda maior arrecadação até o momento entre os 223 candidatos a governador nas 27 unidades federativas do Brasil. Da mesma forma, conforme publicado pelo Jornal O Tempo, outros oito candidatos a deputado já receberam transferências partidárias no valor de R$ 900 mil, entre eles nomes que buscam a reeleição para a Câmara dos Deputados, como subtenente Gonzaga, Stefano Aguiar, Misael Varella e Diego Andrade.
Ante os questionamentos feitos por um grupo de candidatos do PSD em Minas, a Tribuna conversou com o vereador Nilton Militão, que também disse aguardar uma solução para a situação. Militão, inclusive, já protocolou um questionamento junto ao diretório estadual do PSD, solicitando informações sobre a distribuição dos recursos do fundo eleitoral, ao qual o partido tem direito, para as candidaturas colocadas no estado. O temor, no entanto, é o transcorrer do período de campanha eleitoral, uma vez que nesta sexta-feira começam a correr os últimos 30 dias que antecedem o primeiro turno das eleições, marcado para o dia 2 de outubro.
Vale lembrar que uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral de 2020 determina que a distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão deve ser proporcional ao total de candidatos negros que o partido apresentar para a disputa eleitoral. No caso do vereador Nilton Militão, o candidato se auto declara negro e teria, portanto, direito a acessar recursos do fundo eleitoral de seu partido para a realização de sua campanha.
O que diz o PSD
A reportagem entrou em contato tanto com o diretório estadual como com a direção nacional do PSD. “Há muita expectativa por parte dos candidatos, de todos os partidos, em relação aos recursos do fundo eleitoral, o que é natural e compreensível. No PSD, a distribuição tem sido feita pelo próprio diretório nacional, que ainda está no prazo para realizá-la”, afirmou o braço do partido em Minas Gerais, por meio de nota. Já o comando nacional da sigla informou que, nesta sexta-feira, já foi feita uma transferência para o diretório Estadual do PSD, de cerca de R$ 5 milhões, valores que devem ser passados para o financiamento das candidaturas a deputado do partido.