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Vinho, uma bebida universal!

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Há uns bons anos, me atrevi, numa gôndola de supermercado, escolher um vinho que pudesse levar para casa, “meter” o saca-rolhas e desfrutá-lo. E, como num passe de mágica, tal como em filmes antigos, também pudesse desfrutar das mesmas sensações de seus personagens no que se refere ao buquê, aromas, notas, maciez, adstringência, taninos maduros, acidez volátil, retrogosto, madeira tostada, especiarias doces, frutas em compota…ufa! Praticamente um dialeto próprio de um líquido mágico que prometia paixão à primeira taça. Mas, totalmente desapontado, confesso que pensei:

Escolhi errado. A mágica não aconteceu. Nessa garrafa só veio o líquido.”

Reconhecer minha completa ignorância sobre o tema fez, aí sim, a mágica acontecer despertando-me para um mundo vasto e perene, repleto de histórias, de tradição e de cultura, que está intrinsecamente ligada ao ser humano e suas conquistas e que me fez transcender ao líquido engarrafado naquela gôndola.

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E é sobre isso que quero refletir com você. O vinho (mosto de uva fermentado) é uma bebida que acompanha a jornada humana há mais de 8 mil anos. Isso mesmo! O gênero Vítis é mais antigo que o homem no planeta Terra e isso me leva a filosofar se algum dinossauro poderia ter pisado em uma videira, esmagado os frutos e, com o rompimento das cascas, iniciado o processo de fermentação. A partir disso, não é difícil imaginar que algum animal poderia ter ficado embriagado em algum momento do período jurássico, rsrsrsr.

Brincadeiras à parte, o vinho foi descoberto de forma acidental: alguém percebeu que uvas esmagadas, com o tempo, fermentavam e se transformavam numa bebida, digamos, um pouco “estranha”.

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Estudos indicam que essa descoberta ocorreu no oriente médio em algum lugar entre a Anatólia e a Geórgia, atuais Armênia e Irã. Segundo historiadores, a cultura do vinho (e a viticultura) pegou carona no surgimento das civilizações dominantes como os Mesopotâmicos e os Gregos, viajando junto com o Império Romano e se estabelecendo na Europa Feudal e até no mundo Muçulmano.

Com o decorrer dos milênios, o vinho passou a ter uma importância extraordinária e até divina junto à formação das sociedades. Seus aromas envolventes e poderes afrodisíacos, sua utilização como antisséptico universal, seu uso para purificar água e tratar ferimentos, seus efeitos visuais da reação química na fermentação, sus consequências da embriaguez que despertava a imaginação, estimulava a criatividade e, em alguns casos, “soltava demasiadamente a língua”, fizeram o vinho percorrer por séculos uma linha tênue entre o sagrado e o profano.

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É importante lembrar que o vinho acompanhou o surgimento do monoteísmo e, até hoje, continua sendo um elemento central da doutrina e dos rituais das religiões judaicas, cristãs e muçulmanas. Atribuído como a bebida dos faraós, imperadores, sacerdotes, reis, artistas e filósofos; o vinho começa a ganhar o mundo e se torna uma bebida universal.

Hoje abordamos de uma forma superficial os primeiros passos do vinho. Nos próximos encontros falaremos dos aspectos comerciais e econômicos que o vinho alcança ao redor do mundo, sua expansão para o chamado Novo Mundo, sua chegada ao Brasil, seu renascimento após a filoxera e muito mais.

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