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Novo livro da juiz-forana Amanda Marques fala de relacionamento, frustrações e amor

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Em “Meu caminho”, Amanda Marques volta a apostar em uma história de amor entre personagens mais maduros – Foto Divulgação

Já havia contado aqui que “Não resisto” (autografia, 382), da juiz-forana Amanda Marques, é um daqueles romances que fisgam. Eu o li em um único dia e em uma única noite. Além de trazer uma história que prende, a protagonista é uma mulher de mais de 30 anos. Nada de mocinhas adolescentes. Dessa forma, a identificação com o público adulto é imediata. Cerca de um ano e meio depois, Amanda acaba de lançar “Meu caminho” (autografia, 368 páginas), seu terceiro título, e essa é uma das minhas leituras neste dias. Mais uma vez, ela aposta em personagens mais maduros.

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A história gira em torno de Ana, uma mulher que vivia uma vida medíocre casada com João, o primeiro namorado, em uma cidadezinha do interior de São Paulo. Não tinha vida social nem perspectiva de mudanças e era traída pelo marido. Nas noites de briga, buscava abrigo na casa da mãe, mas sempre voltava para casa no dia seguinte quando o marido ia buscá-la como se nada tivesse acontecido. Com um empurrãozinho de Suzi, a melhor amiga, ela deixa tudo para trás e enfrenta um novo emprego em outra cidade. Lá, ela conhece Théo, um homem que não pode retribuir o sentimento à altura por estar preso a uma história do passado.

Apesar de ser uma publicação feita para entreter, recheada de emoção e “deliciosos clichês”, como a própria autora diz, as intrigas vividas nos levam a refletir sobre questões que estão em evidência, como feminismo, empoderamento, divórcio, relacionamentos tóxicos e abusivos e sororidade. “Nos meus dois primeiros livros, também estão presentes algo além da história de amor romântica. A pitada de autoconhecimento, amor próprio e sororidade sempre estiveram presentes nas minhas histórias. Mas, de verdade, acho mesmo que dá para trabalhar temas atuais e tão importantes de forma mais leve, como num livro de romance. E, pelo retorno que tenho recebido dos leitores, sinto que estou no caminho certo. Há público para isso”, conta Amanda que, depois de anos morando fora, retorna a Juiz de Fora.

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Sim, afirmei ali em cima que “Meu caminho” é repleto de clichês, algo que boa parte dos autores procura evitar. Mas, é importante ser tão original assim sempre? Será que Amanda tem essa preocupação? “Não tenho não. Amo uma chuva no meio de uma discussão entre o casal de protagonistas, adoro um drama.” Talvez seja por isso que as leitoras que acompanham o trabalho de Amanda Marques não resistem às histórias de amor que ela cria.

Marisa Loures – Por que você escreve?

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Amanda Marques – Se há alguma semelhança entre a minha vida com as das personagens que crio, é isso, a descoberta de uma vocação (que chamo “dom de alma”). Antes da descoberta da escritora dentro de mim, fazia tudo que tinha que fazer profissionalmente tentando sempre desempenhar muito bem minhas funções, mas nunca havia sentido que era o melhor para mim. Escrever definitivamente é.

– Como você cria seus personagens? Eles existem na vida real ou são frutos da sua imaginação?

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São frutos da minha imaginação, mas sempre que crio uma história procuro traçar um enredo onde o leitor possa se imaginar vivendo aquilo. Uma história de amor e crescimento pessoal, mas sem que haja aquele famoso pensamento “Ah, isso só poderia acontecer num livro.”.

– História de amor com muitos dramas e que leva a um final, às vezes, feliz, outras vezes, nem tão feliz assim, é o que a maior parte dos leitores procura na vida real?

Só posso responder com base no que recebo de respostas dos meus leitores e o que sinto é que gostam bastante das maluquices românticas, dos elementos surpresas e das reviravoltas que procuro criar nos meus livros.

– Acredita que suas leitoras queiram viver histórias de amor como a dos seus romances?

Ah, acredito que sim. Ainda mais porque minhas histórias têm muito amor romântico e muito amor próprio também.

–  Delineia suas histórias antes de começar a escrevê-las, ou as escreve de forma intuitiva?

É um trabalho tão maluco. Eu penso numa história, mas, na hora de escrever, vai acontecendo de forma intuitiva. Mas já aconteceu de, depois de ler uma página, não gostar muito do resultado e apagar tudo e começar de novo. Ou seja, é uma bagunça organizada.

– Deixou a sala de aula, tornou-se escritora. Este é o seu terceiro livro. Está feliz com sua trajetória como escritora?

Estou numa fase ótima. Digo isso porque antes queria resultados imediatos e ficava ansiosa esperando que muita coisa acontecesse, mas sem um planejamento. Mas comecei a procurar entender o mercado e descobri que um livro pronto é só um produto, que, sem um trabalho exaustivo por trás, não vai muito longe.

– Você retornou a Juiz de Fora depois de anos morando fora. Como vê a cena literária na cidade?

Conheci através de uma amiga a Liga dos escritores de JF e acompanhando o trabalho deles através das redes sociais. Vejo que muita coisa boa tem acontecido por aqui. Abrindo um parêntese, só para ter uma ideia de como aqui tem muitos talentos literários, só na minha turma de faculdade, saíram mais dois escritores além de mim: Darlan Lula (ficção e poesia), Cristiano Fernandes (literatura infantil).

“Meu caminho”

Autora: Amanda Marques

Editora: autografia, 368 páginas

 

 

 

 

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