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Com autonomia

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O futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ainda na sua primeira entrevista, na última quinta-feira, tão logo o Planalto confirmou sua indicação, foi questionado sobre como desenvolveria seu trabalho – nem sempre de acordo com o Partido dos Trabalhadores – para colocar a economia nos trilhos. Um pouco tímido, disse que terá autonomia, algo que muitos se recusam a acreditar em face do modo de trabalhar da presidente da República.

Certamente, na conversa com o economista, Dilma Rousseff tenha pedido soluções sem tirar da pauta o social, um desafio a mais num cenário de incertezas. Ao anunciar suas primeiras projeções, Levy apontou para uma meta fiscal para três anos, com superávit de 1,2% no PIB em 2015, chegando a 2% nos dois anos seguintes.

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Foi modesto, mas atuou numa linha segura. Fazer promessas mirabolantes é algo avesso ao mercado, e o ministro adotou a receita da prudência, o que deve ter agradado a presidente. A questão é o tamanho dessa autonomia que ele alega ter. No seu primeiro mandato, a presidente, economista por formação, saiu do padrão Lula, que deu plena liberdade para a área técnica desde que ela levasse em conta os avanços sociais. Deu certo. Dilma interveio em várias ocasiões, o que, na leitura do mercado – esse ser estranho -, a tornou responsável pelos problemas que hoje se refletem no dia a dia do país.

Só com o tempo, porém, será possível avaliar a extensão da autonomia de Joaquim Levy e a capacidade de se manter fora da pressão da presidente. Todos sabem que o momento é crítico, havendo necessidade de mudanças e sinalização de que novos padrões de gestão serão adotados. Caso contrário, será o mesmo que trocar a equipe com o time jogando do mesmo jeito.

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