A Comissão Parlamentar de Inquérito, presidida pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que investigou a tragédia de Brumadinho, apresentou, na tarde desta terça-feira, o seu relatório final, com 595 páginas, com uma série de observações. O relator, deputado Rogério Corrêa (PT-MG) recomendou o indiciamento de 24 pessoas ou instituições, incluindo a cúpula da própria mineradora (Vale) e de representantes da consultoria alemã TÜV SÜD – que atestou a estabilidade da barragem.
Documento propõe a reestatização da Vale do Rio Doce
A novidade do texto elaborado pela CPI foi a proposta reestatização da mineradora Vale do Rio Doce. O pedido é que seja aprovada, entre os demais membros da comissão, a criação de um plebiscito para consultar a população brasileira sobre o tema. Júlio Delgado defende a medida, explicando que o minério extraído em Minas gerou, em dez anos (2008 a 2017), mais de R$ 200 bilhões em lucro para a iniciativa privada e que este volume de recursos seria muito importante para o povo de Minas Gerais. “O faturamento da Vale é muito alto. Apenas este ano, mesmo com o rompimento da barragem, o lucro previsto registrado foi 15% superior ao registrado em 2018. E, ao mesmo tempo em que dá lucro, a mineradora se omite com as suas obrigações. Todos estão vendo a dificuldade das famílias afetadas em receber aquilo que é seu de direito. Isso é inaceitável”, pontuou.