Sucessão em campo
As comemorações dos 80 anos do empresário Ibrahim El Kouri, que todos chamam carinhosamente de sheik, apontaram não apenas para a sua capacidade de agregar amigos mas também de dar espaço para o debate político, decorrente de encontros de lideranças políticas. No último domingo, estavam no mesmo evento o prefeito Bruno Siqueira (PMDB), o ex-prefeito Custódio Mattos (PSDB), o vice-prefeito Antônio Almas, os ex-vice-prefeitos João César Novais e José Natalino, os deputados Rodrigo de Castro e Roberto Andrade e o vereador Rodrigo Mattos. À mesma mesa, por alguns momentos, estavam também o ex-secretário de Governo da gestão Aécio, Danilo de Castro, e o ex-presidente da Assembleia Dinis Pinheiro.
Pretendente
Danilo é frequente nos aniversários de Ibrahim, mas ao incorporar Dinis Pinheiro na sua comitiva deu espaço para trazer a Juiz de Fora uma discussão que já se faz presente, principalmente, em Belo Horizonte: a sucessão estadual. Dinis não esconde a pretensão de disputar a cadeira de Fernando Pimentel e conta com o apoio de Danilo e de Rodrigo. A meta, agora, é conquistar apoio no interior. E a conversa com Custódio e o presidente da Câmara, Rodrigo Mattos, passou por esse caminho. Os peemedebistas Bruno Siqueira e João César Novaes ficaram longe dessa conversa, passando para outra mesa.
Tem que combinar
Duas questões estão em pauta no ninho tucano. A primeira é se Dinis já combinou com os beques, no caso, os senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia. Essa missão deve caber a Danilo, que foi o poderoso secretário de Governo de ambos, quando governaram Minas. Só a partir daí a conversa prossegue, pois Aécio também terá que ir para os palanques em função do encerramento de seu mandato de senador. Pode tanto disputar a Presidência da República quanto a reeleição, mas há quem aposte ser ele, ainda, a melhor opção para reconquistar o Palácio da Liberdade.
PMDB como aliado
A segunda questão é buscar aliados, e o PMDB é o alvo preferencial, sobretudo a corrente liderada pelo atual vice-governador Antônio Andrade, de quem o prefeito Bruno Siqueira é próximo. O problema é que o próprio Toninho tem pretensões de ser o governador. Uns entendem que ele aposta no impedimento do titular, Fernando Pimentel, outros acham que pretende disputar a indicação dentro do PMDB, espaço que deve dividir com o atual presidente da Assembleia, Adalclever Lopes. O jogo já está sendo jogado.