Bruno estadual
A intervenção da Executiva nacional no diretório estadual do MDB tem repercussão direta na formação do quadro de candidaturas. Hoje, o partido busca aliados para o seu projeto de governo, mas há mudanças também nas demais instâncias. O grupo político do ex-prefeito Bruno Siqueira já trabalha com a possibilidade de ele disputar para deputado estadual, já que para o Senado o cenário praticamente se inviabilizou. Como tinha que sair da Prefeitura para disputar as prévias, pois a legislação não permitia sua permanência no cargo – o que ocorre em casos de reeleição -, ele se desincompatibilizou. A proposta é abraçar o debate sobre a situação econômica do estado. Na Assembleia Legislativa, Bruno teria condições de atuar diretamente nessa questão, pois acumula a experiência de já ter sido deputado e prefeito de uma das maiores cidades de Minas. O martelo será batido na convenção do partido prevista para o dia 5 de agosto.
Todos juntos
Em Juiz de Fora, também há um fato novo. Um grupo de empresários, ao receber o pleito dos políticos, estabelece uma condição: que todos trabalhem coletivamente pela cidade, em vez da carreira solo, na qual cada um vai para um lado. Várias demandas do município, se tivessem o envolvimento conjunto, poderiam ter avançado mais. Esses empresários têm lembrado aos candidatos que em outras regiões, especialmente no Triângulo, as diferenças somem quando a causa é comum, isto é, de interesse da região. Aqui, não. Os deputados passaram mais tempo competindo entre si do que agindo em grupo.
Vacas magras
Com as convenções em curso, os candidatos estão encontrando sérias dificuldades em obter recursos para a campanha, principalmente os estaduais, que não estão sendo contemplados adequadamente pelos diretórios nacionais. O grosso do dinheiro está disponível para as candidaturas majoritárias de presidente, governador e senador e, em menor escala, para os deputados federais, pois são as bancadas na Câmara Federal que definem o tempo de publicidade, repasses do Fundo Partidário e tempo na televisão.
Patinho feio
Os estaduais são o patinho feio da história. Sem doações de empresas, as investidas para obter doações individuais dos empresários estão encontrando muitas barreiras. Por enquanto, os que recusam argumentam que vão esperar as convenções, mas outros imputam à crise econômica a escassez de recursos. Muitos dos postulantes já não sabem o que fazer e admitem que o repasse pode acabar na Justiça se as direções nacionais não mudarem seu projeto.