Federação garante sobrevida para partidos de menor porte, diz cientista político

Por Paulo Cesar Magella

22/01/2022 às 15h00 - Atualizada 21/01/2022 às 15h33

Quando retornar do recesso parlamentar, o Tribunal Superior Eleitoral vai julgar ação do PTB questionando a adoção das federações, modelo de alianças que substitui as coligações, mas com validade mínima de uma legislatura, isto é, quatro anos. Para o cientista político Raul Magalhães, a federação garante uma sobrevida aos partidos de pequeno porte que, sem as coligações, teriam baixíssimo desempenho. São legendas ideológicas, como o PCdoB, e outras, que sempre usaram as alianças como expediente puramente eleitoral. “O nosso problema é o excesso de partido. Nesse sentido, as federações ajudam a minimizar um problema que está instalado”. No seu entendimento, no médio e longo prazo, resultado de fusões, as federações podem reduzir o número de partidos.

Modelo interessa a diversas correntes ideológicas

De acordo com o professor Raul Magalhães, que defende a experimentação na instância eleitoral, a fim de aperfeiçoar o processo, no atual momento a federação interessa tanto à esquerda quanto à direita. “O PT é altamente a favor, na possibilidade de tomar o poder, pois vai precisar de alianças e quanto mais cedo elas forem feitas, melhor. De outro lado, interessam ao presidente Bolsonaro, para garantir mais governabilidade. A ideia de partidos pequenos se unindo aos grandes, é uma sobrevivência. No entanto, por obrigar a união por mais tempo, é mais estável”. Quanto ao tempo, o cientista político destaca que a durabilidade vai depender da dinâmica dos partidos, quando assumirem o poder.

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