O registro das chapas não é a etapa final do processo de definição dos candidatos. Como há prazo para análise de recursos até 17 de setembro, e espaço para troca de nomes, os partidos continuam sua maratona de discussões internas. Mas a grande discussão passa pelos recursos. Na escala nacional, a manutenção do ministro Roberto Barroso como relator deve acelerar a análise do registro da candidatura do ex-presidente Lula. O ministro não deu sinais de que vai definir a questão no curto prazo, mas as especulações no TSE são de que quanto mais demorar mais ficará difícil a desmobilização da candidatura de Lula. No entanto, há quem entenda que a melhor saída é jogar a decisão para o plenário, pois cortaria o discurso do próprio Lula de ter sido atropelado por uma decisão monocrática e de força.
Em campanha
O outro caso está aqui em Minas. O candidato do PSB, Márcio Lacerda, já gravou sua propaganda e fez as fotos para os santinhos de propaganda. Mais do que isso, participa ativamente de eventos dos candidatos, como debate da noite de quinta-feira, na TV Bandeirantes. Seu caso também está nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral, a quem cabe decidir qual decisão valeu: a da comissão provisória do PSB de lançar candiatura própria ou a da direção nacional de cancelar a indicação. Os advogados do candidato socialista estão otimistas, mas o outro lado também está convencido de que vai ganhar a parada. Se até o dia 17 de setembro os dois casos não forem decididos, fotos e nomes de Lula e Lacerda terão que ser inseridos nas urnas eletrônicas.
Ecos do debate
Os candidatos a governador saíram do debate da TV Bandeirantes, na noite de quinta-feira, cantando vitória. O governador Fernando Pimentel jogou as discussões para o plano nacional como uma estratégia de marketing para tirar o foco sobre sua gestão. Por isso, citou o ex-presidente Lula em vários momentos e crucificou o senador Aécio Neves, do PSDB. Já o senador Antônio Anastasia fez o caminho inverso. Lembrou suas ações à frente do Governo e questionou seu oponente por não resolver as demandas primárias do Estado, destacando o que chama de crise sem precedentes de gestão. Ficou claro, de acordo com os analistas, que ambos fizeram questão de polarizar o debate, não dando margem para a terceira via explicitada pelo ex-prefeito Márcio Lacerda.
Terceira via
O representante do PSB não se saiu mal, mas ao tentar imputar aos dois adversários as responsabilidades pela crise do Estado não foi a fundo, sobretudo por ter sido membro do Governo de Aécio Neves, quando Anastasia era o todo poderoso supersecretário. Seu poder era tanto que o próprio Márcio, em vez de citar Aécio, disse que tinha sido secretário de Anastasia. Com um discurso recheado de informações – o que é um problema em termos de televisão -, o professor João Batista Mares Guia se mostrou bem informado, mas dialogou mais com os oponentes do que com o telespectador. Em raros momentos olhou para as câmeras. Os demais, candidatos, a professora Dirlene Marques (PSOL) e Claudinei Dulins (Avante), se saíram bem, dentro do que deles se esperava.