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Maílson vê com reservas o cenário econômico dos primeiros três meses do Governo Lula

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Ministro da Fazenda do Governo Sarney, o economista Maílson da Nóbrega vê com reservas os primeiros meses do Governo Lula, mas está convencido de que haverá correção de rumos. Diante de uma plateia que lotou o principal auditório do Trade Hotel, em evento promovido pela Associação Comercial, ele destacou as perspectivas econômicas do país, mas fez, primeiro, uma abordagem do cenário internacional, a seu ver bastante preocupante e destacou três fatores: a reconfiguração das cadeias mundiais de produção, a inflação nos países ricos, com sinais de recessão nos EUA e na Europa e a guerra na Ucrânia, além de lembrar a falência de dois bancos americanos e instabilidade no Credit Suisse, ora sob controle por conta de um forte aporte do Banco Central da Suíça.

À Tribuna, o ministro disse não ter sido surpreendido pela pesquisa da Genial/Quaest, que revelou que 98% do mercado acha que a política econômica está errada. “Eu tendo a concordar por conta das declarações do presidente Lula. Em matéria econômica o presidente começou muito mal. Espero que ele mude. Vai aprovar um arcabouço fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, mas disse que a independência do Banco Central é uma bobagem, que a taxa de juros é uma vergonha e ainda tratou o presidente do BC como ‘esse cidadão’. Deu sinais de que, ao contrário do que se esperava, como o pragmatismo do seu primeiro mandato, ele se aproximou mais do ambiente que foi o Governo de Dilma Rousseff, com forte intervencionismo e de aumento do gasto público e assim por diante”.

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Maílson, no entanto, acredita numa correção de rumos. “O presidente Lula é um homem inteligente e experiente e espero que as reações que ele está colhendo sirvam de alerta. Ele não ganhou nada com isso. Ele só perdeu, porque os juros futuros subiram, a expectativa de inflação piorou e a confiança no Brasil diminuiu; ele só perdeu com essa cruzada contra o Banco Central e mudança de meta de inflação. Essa pesquisa reflete a percepção do mercado nestes primeiros três meses de Governo”.

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