Uma dúvida recorrente, sobretudo nos meios empresariais de Juiz de Fora, começou a ser desvendada. Na última quarta-feira, a convite do presidente do Grupo Bahamas, Jovino Campos Reis, o presidente da Associação Comercial de Uberlândia, Paulo Romes, veio à cidade e apresentou para um grupo de lideranças empresariais as estratégias adotadas para garantir a unidade dos políticos e do próprio empresariado em torno das demandas do Triângulo Mineiro. Não há segredos. A entidade e os demais segmentos escolhem um determinado número de pré-candidatos, independentemente de partido, e apresenta-lhe as propostas que devem ser defendidas tanto no Congresso quanto na Assembleia. Quem topa recebe apoio.
Candidatos são escolhidos e convidados a participar do projeto
Para as eleições deste ano, segundo Paulo Romes, devem ser escolhidos três nomes: um declaradamente de direita, um de centro e outro de tendência esquerdista. “Todos nós temos nossas preferências políticas, mas a discussão é apartidária, voltada exclusivamente para as nossas demandas. Quem se propuser a aceitá-las tem o nosso apoio total”. Ele não especificou que tipo de logística é adotada ante as restrições impostas pela legislação, que não permite doações, mas destacou que há sempre alternativas para garantir o respaldo aos candidatos e ter deles uma resposta.
Lideranças juiz-foranas apontam ações individuais
Em meio ao debate, a queixa recorrente dos empresários de Juiz de Fora foi a falta de coesão dos políticos. Não desconhecem as intenções que todos têm de defender as causas da cidade, mas questionaram a forma como agem, isto é, cada um ao seu modo, ao contrário de Uberlândia e seu entorno, no qual o compromisso é coletivo e unificado. Além de terem lobistas nos centros de decisão, os próprios empresários, em movimentações coordenadas, percorrem os gabinetes oficiais para garantir respaldo às pautas da região. Uberlândia, hoje, é a segunda mais rica do estado e já se aproxima de um milhão de habitantes.