Inferno astral
A eleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara Federal, para um mandato até fevereiro de 2017, foi uma clara derrota de seu antecessor, Eduardo Cunha, que apostava suas fichas no deputado Rogério Rosso (PSD-DF). Para o cientista político Paulo Roberto Figueira, da Universidade Federal de Juiz de Fora, a base de Cunha mais sustentável, hoje, são os pequenos e médios partidos incrustados no chamado Centrão, que foram derrotados no segundo turno de ontem. “Com isso, aumenta a chance de que seu processo de cassação terá tramitação normal, e pode não ser sistematicamente atrasado como se previam numa eventual vitória de Rogério Rosso”. De fato, os sintomas de fragilidade de Cunha já começam a se evidenciar. Ainda ontem, a Comissão de Constituição e Justiça, por 48 votos a 12, rejeitou seu recurso contra a cassação de seu mandato aprovada na Comissão de Ética. Sem respaldo entre os pares, Cunha já antecipou que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal.
Fora Cunha
Já nas primeiras horas de ontem, tão logo foi definido o resultado a favor de Rodrigo Maia, os deputados se manifestaram em plenário com gritos de Fora Cunha, indicando uma mudança de postura do plenário, mas o professor Paulo Roberto chama a atenção para o papel por ele desempenhado até bem pouco tempo. ” Não se pode esquecer que Rodrigo Maia foi um aliado de Cunha por muito tempo, mas é razoável pensar que os votos que recebeu ontem e que lhe deram vitória foram, sobretudo, de setores (inclusive da esquerda) que desejam uma solução mais rápida para o caso de Cunha”.
Velho conhecido
O deputado Rogério Rosso tem ações desenvolvidas em Juiz de Fora. Na primeira gestão Custódio Mattos, quando se discutia a implantação da fábrica da Mercedes no município, ele foi um dos envolvidos nas negociações. Como dirigente da montadora, veio à cidade para participar das conversações. Guitarrista de banda de heavy metal nos tempos de juventude, o parlamentar, apesar de jovem, acumula, ainda, passagem pelo governo interino de Brasília. Mesmo perdendo a disputa final para o deputado Rodrigo Maia – este boleiro de ir para a arquibancada defender o Botafogo -, tornou-se um player da Câmara Federal.
JF que queremos
PSOL e PCB voltam a se reunir em um seminário, neste sábado, no Anfiteatro do Serviço Social da UFJF. O encontro que será realizado das 8 às 18h, tem como temática “A cidade que queremos” e deve bater o martelo sobre mais uma candidatura à Prefeitura de Juiz de Fora. Participam também do seminário o núcleo da Nova Organização Socialista (NOS) e as Brigadas Populares. O grupo pretende unir juventude e trabalhadores contra formas de opressão que atingem mulheres, negros, LGBT’s e moradores de periferia.