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PSB tenta aproximação com Luciano Huck

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O deputado Júlio Delgado (PSB) confirmou as articulações encabeçadas pelo prefeito de Recife, João Campos, de atrair para o PSB o apresentador Luciano Huck, vendo nele um possível candidato à presidência da República. Destacou, no entanto, que são conversas embrionárias, que ainda não têm a aquiescência ou concordância da direção nacional. Segundo Júlio, dentro do próprio partido ainda há o que classificou de ranço de esquerda antiga, que fica pensando numa eventual candidatura do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Ele se colocou na composição de centro-esquerda – a mesma de João Campos – que tem um olhar “distante desse sectarismo encabeçados por deputados como Alexandre Molon (PSOL), que ficam pensando numa aliança com aquilo que experimentamos e não gostamos e que levou o país ao bolsonarismo”, destacou, numa tácita crítica ao apoio ao PT de Fernando Haddad nas eleições de 2018.

Conversa ainda estão na fase inicial

O deputado Júlio Delgado confirmou a posição do grupo que, sequer, apoiou a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB) para a presidência da Câmara Federal, optando por Arthur Lira, enfatizando que o projeto de centro-esquerda está sendo amadurecido. “É um caminho, mas não tem nada oficializado”. O prefeito João Campos é ligado ao Renova BR e tem o respaldo de sua namorada, a deputada Tabata Amaral, que ajudou na aproximação com Huck. A parlamentar, embora filiada ao PDT, está praticamente rompida com seu partido.

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Quadro indefinido

Há muitos ensaios, mas o cenário com vistas às eleições de 2022 ainda é incerto. Na avaliação do cientista político Raul Magalhães, tanto à direita quanto à esquerda, podendo incluir o centro, não há nomes consolidados, embora alguns deles, como os de Jair Bolsonaro e Lula sejam os de maior visibilidade – com o ex-presidente dependendo de decisões judiciais. “Os movimentos dos candidatos neste momento têm mesmo o caráter de intransigência para negociar mais tarde. Mesmo que Bolsonaro seja candidato, não está descartada outra candidatura de direita, pois este campo também rachou desde a saída de Sérgio Moro.” Ademais, completou, o PSDB com Doria ou Eduardo Leite também quer os votos da direita.

Tudo é incerto

Para o professor Raul Magalhães, é necessário levar em conta os experimentos de fora da política que querem lançar nomes novos, numa clara alusão ao projeto do apresentador Luciano Huck, que ainda depende, inclusive, da intenção, ou não, de Sérgio Moro ser candidato. Há, ainda, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). Na esquerda, o movimento começou com a iniciativa de Lula de lançar Haddad para que seu próprio nome voltasse a ficar em evidência, pois há a possibilidade de anulação de sua condição de inelegibilidade. Aí ele é o candidato. “Enquanto não houver o julgamento dessa questão, a esquerda dificilmente vai tentar uma composição maior.” Já no centro-esquerda, Raul Magalhães aponta o projeto do ex-ministro Ciro Gomes, que continua em pleno curso. A despeito de Lula ou Haddad, observa que ainda há a pré-candidatura de Guilherme Boulos, pela esquerda, que saiu com boa visibilidade na disputa pela Prefeitura de São Paulo e anima vários movimentos sociais. “Por enquanto tudo é incerto, e os candidatos sabem disso”, enfatizou.

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