A direção estadual do PSB, nomeada pela direção nacional e que tem o deputado Júlio Delgado como seu principal representante, registrou sua chapa na Justiça Eleitoral sem a composição majoritária como já era previsto, para consolidar a coligação com o Partido dos Trabalhadores. De acordo com Delgado, a única articulação recente partiu do ex-deputado Tilden Santiago, que tenta uma composição para suplente ao Senado, mas as conversas ainda estariam em andamento. “Só vamos passar o tempo, mas não haverá indicação”, destacou. Na proporcional, a coligação registrada é com PT, PCdo B, PR, PSDC e PSB.
Tutela negada
No início da noite, o grupo de Júlio obteve uma vitória. Por unanimidade, o TRE rejeitou pedido de tutela antecipada formulado pela corrente de Marcio Lacerda, que queria tornar sem efeito a convenção extraordinária elaborada pela direção nacional. O juiz relator, Nicolau Lupianhes, entendeu que definir questão tão grave sem que haja configuração dos requisitos básicos de liminares, que são perigo da demora e a fumaça do bom direito, seria quase que inverter o perigo. Tal questão carece de análise mais profunda para se chegar ao mérito definitivo.
Mais capítulos
A decisão do TRE não encerra a novela. Nesta quinta-feira, em Brasília, caberá ao TSE dar a palavra final, pois os dois grupos registraram chapas. Ambos estão otimistas, mas a decisão do Tribunal, em Belo Horizonte, e a própria postura do ministro Napoleão Nunes Maia, do TSE, mesmo adiando a votação para quinta-feira, apontam para a confirmação do que foi decidido pelo comando nacional. Mas como sentenças judiciais não partem de interpretações literais do texto, há sempre possibilidade para os dois lados.
Risco do isolamento
O clima de tensão não se esgota no PSB. Quando resolveu partir para a aliança com os socialistas, abandonando uma possível coligação com o PT, o MDB fez uma aposta de risco. Se a sentença do TSE descartar a candidatura de Marcio Lacerda, a parceria vai para o buraco, pois a direção nacional do PSB aposta na aliança com o PT (veja a formação na primeira nota) sem o MDB. E como não há também caminho da volta para o antigo aliado de 2014 em função do veto imposto pela ex-presidente Dilma Rousseff, que não quer os “golpistas” no seu palanque, o MDB ficará sozinho apartado de aliados expressivos nas eleições.