Quando ainda se discutia o número de candidatos a deputado federal e estadual por Juiz de Fora já havia a preocupação com o excessivo número de postulantes, ante a possibilidade de pulverização dos votos. Realizadas as convenções, 74 nomes se apresentaram ao eleitorado e só seis deles foram eleitos, mesmo assim com votos de outras regiões. Diante da queda da representação da cidade, no Congresso, a discussão, agora em tom explicativo, voltou à agenda dos políticos. Mas há pontos a considerar. O vereador por Belo Horizonte Nikolas Ferreira, do PL, recordista de votos em todo o país na disputa por uma vaga na Câmara Federal, com cerca de 1,5 milhão de votos, obteve, só em Juiz de Fora, 29.404, ficando atrás apenas de Ione Barbosa e Ana Pimentel – ambas também eleitas deputadas.
Com apoio direto do presidente Bolsonaro, que fez até uma live pedindo votos para seu mandato, Nikolas não foi o único “estrangeiro” a ter expressiva votação em Juiz de Fora. O candidato a deputado estadual Bruno Engler foi o quarto mais votado na cidade, com 14.626, ficando atrás apenas dos candidatos Betão, Noraldino (os dois eleitos) e Cido Reis.
Nikolas e Engler foram parte da estratégia bolsonarista de ter puxadores de votos para as duas casas, o que fez deles a opção preferencial dos eleitores independentemente do reduto eleitoral. A questão pendente é se tal votação teria comprometido outros candidatos locais também da base bolsonarista como o deputado Charlles Oliveira, que não teve o seu mandato renovado ao obter apenas 9.139 votos na sua principal base eleitoral.