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Voto conservador é fato consumado e não uma onda, diz cientista político

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– O voto conservador no Brasil não deve ser considerado mais uma “onda” e sim uma característica de parte significativa do eleitorado. Esta eleição mostrou que o voto em propostas conservadoras é mais profundamente estruturado do que uma tendência passageira”. A afirmação é do cientista político Raul Magalhães, da UFJF ao avaliar o avanço da base bolsonarista, especialmente no Senado Federal. Para ele, não há anormalidade nessa inflexão. Isso é normal em todas as grandes democracias: haver segmentos sólidos em mais de um espectro ideológico. A direita brasileira assim, como a esquerda, tem seu eleitorado de base. Para o segundo turno está tudo aberto.”

Base amostral precisa ser segura

Na avaliação de Magalhães, os institutos de pesquisa, não captaram essa tendência registrada nas urnas de domingo. “Os institutos vão ter de trabalhar muito bem para nos livrar da má impressão de que os métodos de aferição da opinião pública estão descalibrados. Já para o cientista político Rubem Barboza, também da UFJF, “se pensarmos nas pesquisas, tudo foi surpreendente! Mas sempre fui cético em relação a elas por uma questão técnica: nenhuma delas tinha uma base amostral segura, destacou”. O professor considera que a discussão, agora, deve se voltar para o futuro, uma vez que o país – como nos Estados Unidos – se mostrou dividido.

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Trabalho redobrado para atrair novos eleitores

O cientista político Paulo Roberto Figueira, da UFJF, destacou que as articulações serão fundamentais para tratar da diferença de votos entre os dois finalistas de domingo na corrida presidencial. “Nunca tivemos uma virada de resultado em segundos turnos de eleições presidenciais até agora, mas a constatação de que a distância não é folgada levará a campanha de Lula à necessidade de redobrar o trabalho para, além de manter seus votos, atrair eleitores de Tebet e Ciro. O desempenho além do previsto de Bolsonaro impulsionou candidaturas aliadas nos estados, ampliando ainda mais a maioria conservadora do próximo Congresso – com exceção do Nordeste, onde os resultados foram francamente favoráveis à esquerda.”

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