Aqui no Grupo Larch, recebemos empresas e empresários dos mais variados tamanhos e segmentos. Quando um gestor nos procura, é certo de que há um problema, oportunidade ou a necessidade de expansão do negócio.
Muitas são as hipóteses de causas desses problemas, e o que quero trazer para esse texto é o que vejo com frequência como origem dessas dificuldades: o desentendimento entre os sócios.
Normalmente essa causa é velada, não é dita expressamente, mas percebemos um clima de tensão e pouca transparência quando isso ocorre.
Muitos são provenientes da mesma família e carregam na relação empresarial todo o peso do histórico familiar.
Aqui, a ideia não é entrar em soluções jurídicas ou mecanismos formais para que esse problema diminua. Mas sim, de oferecer opções pautadas nas melhores práticas de gestão de pessoas e na vivência que temos no dia a dia da empresa.
Em grande parte das vezes, o que fazemos inicialmente é abrir o canal de comunicação e propor algumas ações como:
- Exercitar a empatia: Numa relação entre sócios, considerar a diferença de personalidades, histórias e valores é importante para entender as diversas formas de pensar, processar e de tomar decisões. Ser empático é acima de tudo, estar aberto para escutar e entender o ponto de vista do outro. Processar fatos que são trazidos à discussão e considerar que você pode estar errado. Quando os dois sócios estão abertos a exercitar a empatia a empresa ganha com menos conflitos e com o foco no que precisa ser feito.
- Definir responsabilidades de forma clara: Muitas vezes, grande parte da solução passa por estabelecer, de forma clara e transparente, a responsabilidade de cada um. Elas podem ser definidas a partir do entendimento das habilidades dos envolvidos, do que gostam de fazer e das experiências prévias, por exemplo. É muito importante que essa definição seja feita em consenso, considerando e respeitando os desejos e limitações de cada um, a fim de deixar explícito a entrega de cada um dos sócios, caso sejam atuantes na empresa.
- Estabelecer objetivos: Quando os sócios possuem objetivos em comum ou compartilham o objetivo da empresa, todos ganham com o direcionamento das forças para o resultado. Pensar no futuro exige deixar as situações passadas que, por ventura, tenham sido desagradáveis. Ao estabelecer esses objetivos, é importante que o time tenha conhecimento sobre eles e possam acompanhar periodicamente os resultados, para que não passe de uma ideia.
- Comunicação, comunicação e comunicação: Como qualquer relacionamento, é necessário haver confiança suficiente para que a comunicação ocorra em excesso. Através de reuniões, alinhamentos, momentos não corporativos, e principalmente de feedbacks, são oportunidades de estabelecer fóruns para que problemas sejam resolvidos, limites esclarecidos, e maior conexão se estabeleça.
Nenhuma prática de gestão substitui a falta de confiança. Se há uma sociedade, significa que algo em comum existe entre essas pessoas, seja um ideal, uma habilidade ou o laço familiar.
Talvez, a energia não seja mais a mesma, mas a confiança e o que já se aproximou uma vez no passado, pode fazer com que a abertura e a comunicação se estabeleça novamente.
Na Gestão empresarial é comum que atritos aconteçam, mas é preciso ter maturidade e conhecimento para tratá-los de maneira eficiente.
Um problema não significa o fim da sociedade ou da instituição como um todo, mas um pequeno percalço que, se trabalhado da forma correta, pode se tornar um motivador para o crescimento, além de servir de exemplo para que outros problemas parecidos não se repitam.