Dá para imaginar a sensação de viver em um estado de cansaço físico e mental tão grande a ponto de se sentir constantemente ansioso, sem energia para realizar as mais simples atividades, improdutivo e, às vezes, até depressivo?
Infelizmente muitos podem ter se identificado com essa descrição, pois estamos falando de um problema muito mais comum do que se imagina, o Burnout.
Hoje, vamos entender um pouco sobre essa doença, que já está na lista de doenças profissionais pela Organização Mundial de Saúde, e que atinge milhares e milhares de brasileiros diariamente. Principalmente, vamos entender também, porque a Geração Y (Millennial), hoje é a mais afetada por esse esgotamento.
O que é Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout, também conhecida como a Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional causado pelo excesso de trabalho, muito comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão, com muita competitividade e/ou responsabilidades constantes.
A doença reflete em sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico/mental como: dor de cabeça frequente, fadiga, dores musculares, alterações no apetite, palpitações, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança, negatividade constante, alterações repentinas de humor, dentre outros.
Nos casos mais graves, a pessoa pode até mesmo desenvolver casos graves de depressão. Por isso, é essencial procurar apoio profissional no surgimento dos primeiros sintomas.
Por que os Millennials são a geração que mais sofre com esse problema?
Estudos realizados com pessoas de 23 a 40 anos, concluíram que grande parte desta geração sofre de tensão emocional e estresse. Para sermos mais precisos, dados divulgados pelo centro de investigação Yellowbrick concluiu-se que 95% dos Millennials sofrem com Burnout e outros 75% dizem sentir-se mentalmente exaustos.
Mas a que poderíamos atribuir dados tão expressivos? O que leva essa geração é a ser tão afetada por essa doença?
Especialistas acreditam que isso é reflexo do cenário em que cresceu essa geração, uma época marcada por grandes mudanças sociais e culturais, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento tecnológico e sua influência nas mais diversas atividades.
Dessa forma, compreendemos que aqueles que cresceram em meio a essa disrupção e quebra de paradigmas tenham desenvolvido uma atitude mais otimista e idealista, características essas que tendem, por exemplo, a aumentar suas expectativas profissionais em relação a suas carreiras.
Para os Millennials a realização e a felicidade no trabalho são fatores essenciais, portanto, quando esses objetivos não são alcançados a frustração pode ser a porta de entrada para o estado de Burnout.
Ainda falando sobre quebra de expectativas, podemos também fazer a seguinte análise: as pessoas da geração Y tiveram como exemplo a geração X, marcada por um mercado de trabalho totalmente diferente, mais estável, onde carreiras eram pautadas em uma única área de atuação e a permanência durante anos em um único emprego era o modelo padrão. Generalizando, podemos dizer que seus pais, quando tinham sua idade já haviam construído carreiras consolidadas, conquistado uma maior estabilidade financeira e, muitas vezes, até grandes feitos como casa e carros próprios. O que hoje é algo muito mais difícil de se conquistar do que naquela época.
03 situações comuns, que geram gatilhos para o Burnout nessa geração
São inúmeros os motivos que levam essa geração ao esgotamento, alguns deles são:
1- A frustração por trabalhar muito e ser pouco remunerado, bem como, as consequências disso que refletem na dificuldade financeira, pagamento de contas, dívidas e falta de expectativa para conquistas maiores.
2- A pressão resultante de ambientes de trabalho tóxicos também é um dos principais fatores que podem levar ao Burnout, isso vai desde a conflitos com a liderança e/ou equipe no trabalho, até situações como falta de reconhecimento, excesso de demandas e infinitas horas extras, etc.
3- Situações onde a própria pessoa possa achar, por algum motivo, não ter capacidade suficientes para aceitar oportunidades e desafios, assim como a falta de incentivo para isso.
Felizmente, a saúde mental está cada vez mais presente na pauta corporativa e o que se espera é o fortalecimento dos movimentos de gestão que valorizam modelos flexíveis, acolhedores que prezam pelo bem-estar emocional dos colaboradores.
Contudo, ainda há um longo caminho para atender os anseios de uma geração cada vez mais conectada e imediatista. O desafio é encontrar caminhos para mudar esse cenário e contribuir para que as próximas gerações de profissionais alcancem o equilíbrio entre saúde, felicidade e produtividade.